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População desafia protocolo autoritário e faz protesto massivo contra o governo Milei

O decreto, que entra em vigor a partir da próxima sexta-feira (29), pode ser anulado pelo Congresso
27/12/2023 | 16h50

Buenos Aires assistiu, hoje, quarta-feira (27), a uma grande manifestação contra o mega decreto anunciado pelo presidente Javier Milei na semana passada. O “decretaço”, como ficou conhecido, impõe corte de direitos trabalhistas, privatização de estatais e liberação do controle de preços, entre outras medidas que prejudicam a parcela mais pobre da população.

A mobilização foi convocada pela principal central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), ligada ao Peronismo. É o terceiro protesto organizado em apenas 16 dias de governo.

O objetivo das mobilizações é pressionar a Justiça para declarar o mega decreto inconstitucional. Também estiveram no ato organizações sociais, partidos de esquerda e grupos de direitos humanos.

Greve geral

Os sindicatos vão avaliar nesta quinta-feira (28) a possibilidade de convocar greve geral contra o decreto de Milei.

Após a marcha, que teve a participação de milhares de pessoas, foram registrados incidentes na desconcentração, quando centenas de soldados fizeram um duplo cordão humano com escudos e isolaram a Avenida Corrientes.

A situação provocou alguns confrontos entre a polícia e os manifestantes, principalmente em Corrientes e ruas vizinhas como Libertad, Talcahuano e Uruguai. O trânsito na região ficou totalmente interrompido. Depois, a Polícia avançou por Corrientes e Avenida 9 de julho, quando um punhado de manifestantes permaneceu nas praças da Plaza de la República.

Nos primeiros minutos após o término do evento, seguido de leitura de um documento rejeitando o megadecreto que desregulamenta a economia, as Forças de Segurança aplicaram o protocolo antipiquetes na Avenida Corrientes e entraram em confronto com alguns manifestantes. Houve pelo menos seis detidos.

Imagem: C5N

Em meio ao caos causado pela Polícia Municipal, o policial Gabriel Fernando Piri foi atropelado por um ônibus da linha 26 que passava por Corrientes e foi levado de ambulância ao Hospital Italiano após ser encontrado “inconsciente e com ferimento sangrando e corte no couro cabeludo” pela equipe médica da SAME, segundo comunicado oficial.

O decreto, que entra em vigor a partir da próxima sexta-feira (29), pode ser anulado pelo Congresso, mas os procedimentos legislativos poderiam demorar até março. Por isso, as centrais sindicais apelam à Justiça para que declare as medidas inconstitucionais.

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