A Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou que vai utilizar de forma permanente o reconhecimento facial para identificar e prender suspeitos de crimes no estado. A tecnologia foi utilizada pela primeira vez durante o Réveillon de Copacabana.
Segundo balanço da PM, um homem foragido da Justiça desde março de 2023 por tentativa de homicidio foi identificado por volta das 21h30 de domingo (31) pela tecnologia de reconhecimento facial e encaminhado à delegacia de Copacabana. Um outro homem que já havia sido detido outras vezes também foi preso.
“Na noite da virada, a SEPM deu início ao uso do sistema de reconhecimento facial, capaz de identificar indivíduos foragidos da Justiça”, informou em nota.
A tecnologia utilizada durante a festa de Réveillon permitia a leitura de placas de veículos e o reconhecimento de suspeitos por videomonitoramento. O sistema de reconhecimento facial, agora, revela a Polícia Militar do Rio de Janeiro, será utilizado de forma permanente durante patrulhamentos policiais na capital fluminense.
A PM do Rio, segundo o porta-voz Marco Andrade, vai estender a ferramenta de reconhecimento facial para praias, túneis e vias expressas do Rio. A tecnologia será usada, inclusive, no patrulhamento durante o carnaval deste ano de 2024.
“O investimento em tecnologia vai aumentar a efetividade das ações das forças de segurança efetivamente para que possamos levar esses criminosos para a cadeia”, avaliou Marco Andrade, porta-voz da PM-RJ, à TV Record.
Riscos
O uso de ferramentas de reconhecimento facial, no entanto, apresentam diversos riscos. O uso da tecnologia pode estar associado a diversos impactos discriminatórios. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), já existem pesquisas que mostram que a taxa de erro dessas ferramentas é sistematicamente maior para mulheres negras.
Como dado ilustrativo da perversidade da metodologia, a Rede de Observatório da Segurança identificou que 90,5% das prisões feitas através do reconhecimento facial foram de pessoas negras.
No Rio de Janeiro, no final do ano de 2019, uma mulher chegou a ser detida por engano, em Copacabana, depois de ter sido confundida pelo sistema de reconhecimento facial da Polícia Militar. Os policiais acreditavam estar prendendo uma foragida da Justiça, acusada pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
Segundo a Secretaria Estadual de Polícia Militar, as câmeras de reconhecimento facial instaladas em Copacabana deram positivo para a foragida e alertaram os policiais do 19º BPM (Copacabana). Na delegacia, a mulher teve a identidade checada e foi liberada pelos policiais.
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