Por Brasil de Fato
Nesta quinta-feira (9), os argentinos dão início a segunda greve geral contra as medidas ultraliberais do governo de Javier Milei.
Convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), a mobilização abrange todos os setores do país: indústria, comércio, bancos, ensino público e privado, e funcionalismo público em nível municipal, estadual e nacional.
A greve geral tem como objetivo enfrentar “um governo nacional que promove a retirada de direitos trabalhistas e sociais consagrados e um ajuste que é pago pelos que menos têm: assalariados e aposentados”, anunciou a CGT.
Na convocatória para a greve, a central sindical denuncia a volta do imposto sobre os salários, a intervenção nos sindicatos livres, a paralisação das obras públicas com aumento do desemprego, o desmantelamento e a privatização das empresas públicas, o esvaziamento da saúde pública, das universidades, da educação, da ciência e da cultura e a entrega do patrimônio nacional.
Na madrugada desta quinta, todos os transportes terrestres, aéreos e marítimos iniciaram a paralisação, convocada pela entidade Unión Tranviarios Automotor (UTA), que representa os trabalhadores do setor de transporte de passageiros.
Nos dias que antecederam a mobilização nacional, houve manifestações dos petroleiros, da imprensa, da justiça e das organizações sociais, entre outros.
“Solicitamos às autoridades que têm em suas mãos as decisões que estão afetando as vidas da imensa maioria do povo, que reflitam e compreendam os alcances do mandato que se outorgou aos poderes Executivo e Legislativo, e que com base nisso e no cumprimento da Constituição Nacional, ajam em consequência, em defesa dos interesses e o bem-estar de todos os argentinos e argentinas.”
Argentinos contra a Lei Ônibus
A segunda mobilização nacional contra o governo de Javier Milei toma as ruas da Argentina no dia em que o Senado vota o pacote de medidas ultraliberais apresentado pelo Executivo e aprovado na Câmara de Deputados.
A lei concede poderes especiais ao Executivo, prevê a privatização de empresas públicas, a eliminação da moratória previdenciária, uma reforma trabalhista e um pacote fiscal. Alvo de intensos protestos após sua apresentação no início do mandato, a legislação voltou à estaca zero da tramitação no Congresso por iniciativa do próprio governo em fevereiro.
A articulação do governo, porém, garantiu que ela fosse aprovada com 142 votos a favor, 106 contra e 5 abstenções na Câmara dos Deputados.
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