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Ata do Copom sinaliza que ritmo de cortes da Selic vai continuar em 0,50 p.p. nas próximas reuniões

Comitê reforça que "houve um progresso desinflacionário relevante", em linha com o antecipado pela autoridade monetária, mas que ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta.
06/02/2024 | 13h01

A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira (6), aponta que a autoridade monetária vai manter o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.

O documento trata da reunião realizada na semana passada, em que a Selic foi reduzida em 0,50 ponto percentual, de 11,75% para 11,25% ao ano. Foi o quinto corte seguido e, com isso, a taxa chegou ao menor nível em dois anos.

De acordo com o documento, o BC avalia que há elementos na economia brasileira que apontam uma “atenuação da desaceleração econômica”, movimento motivado pelo aumento da renda das famílias a partir do reajuste do salário mínimo e da ampliação dos benefícios sociais, além de um mercado de trabalho mais resiliente.

“Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação, pode potencialmente retardar a convergência da inflação [para as metas preestabelecidas], impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra”, avaliou o Copom.

Por outro lado, segundo o Banco Central, há fatores em andamento que podem reduzir essa “pressão inflacionária” gerada pelo aumento da renda, tais como a “recomposição favorável de preços relativos” (variação menor entre os preços de bens similares); “dinâmica benigna de ‘commodities'” (produtos como alimentos, minérios e petróleo); e “menor inflação de serviços”.

Ata do Copom aponta que corte de 0,50 p.p. é o “ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista”

Na avaliação dos membros do Copom, conforme consta na ata, o corte de 0,50 p.p. é o “ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.

Como o efeito do corte da Selic é de médio e longo prazo (seis a 18 meses), a autoridade monetária, neste momento, também já está mirando o início de 2025. A Selic é o instrumento usado pela autoridade monetária para controlar a inflação.

A meta de inflação deste ano, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

A partir de 2025, o governo mudou o regime de metas de inflação, que passou a ser contínua (para entender mais, clique aqui). O centro da meta foi estabelecido em 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que seja descumprida.

Na ata do Copom, o BC avaliou que as expectativas de inflação do mercado financeiro (3,81% para este ano), que constam no Boletim Focus, “seguem desancoradas” em relação às metas centrais.

“O comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”, informou o BC.

Entretanto, acrescentou que “houve um progresso desinflacionário relevante”, em linha com o antecipado pelo colegiado, mas ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política de juros.

Para ler a íntegra da ata do Copom, clique aqui.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
 

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