Começo me despedindo. É a última coluna de 2024. Nos reencontraremos em 2025. As duas últimas semanas do ano são necessárias para descansar, recuperar, dar e receber longos abraços em amigos e na família e, para mim, é também o tempo de buscar um pouco de silêncio para decantar o ciclo que se encerra.
O ano de 2024 foi repleto de acontecimentos significativos que moldaram nossa sociedade e impactaram o cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo. Um ano de eleições decisivas em vários países. De Donald Trump à frente da Casa Branca por quatro anos, conforme a vontade da maioria dos americanos.
Do massacre em Gaza se espalhar pelos países vizinhos. Um derramamento de sangue inocente que atravessa outro ano.
A Inteligência Artificial continuou a revolucionar indústrias, mas a burrice natural e o mau uso da tecnologia destruíram reputações, vidas e levantaram questões éticas sobre privacidade e a necessidade urgente de regulamentações mais robustas.
No Brasil, foi o ano na chantagem do Congresso e do mercado e do descrédito das Forças Armadas. Bolsonaro e seus generais traçaram um plano de golpe de Estado e de assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
São Paulo queimou e o Rio Grande do Sul inundou. A violência policial e a crise na segurança pública estão entre as principais preocupações do país. O brasileiro não descansou.
Eu poderia falar em resiliência, mas ainda temos que prender os multares reesposáveis pelo plano golpista, punir os financiadores e o ex-presidente. Não esperemos que o mercado dê um descanso para a economia e nem que o Congresso deixe de usar pautas tão caras paras as mulheres, como o direito ao aborto, como moeda de troca por emendas secretas. Descasar, sim, parar não vai dar.
Até 2025, sigamos resistência enquanto pudermos.
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