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Inteligência artificial: ela já é uma realidade, mas como a sociedade lida com isso?

A inteligência artificial deixou de ser ficção científica e passou a fazer parte do cotidiano. Mas quem acessa, quem se beneficia e quem fica para trás?
10/06/2025 | 16h26
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Vivemos um momento histórico em que a inteligência artificial deixou de ser apenas um conceito futurista para se tornar parte integrante do nosso cotidiano.

Em casa, no trabalho, na escola ou nos hospitais, ela está presente em decisões, serviços e soluções. Coisas que antes víamos apenas em filmes dos anos 2000, como carros autônomos, assistentes virtuais com voz natural, casas inteligentes que controlam temperatura e iluminação automaticamente, hoje fazem parte da realidade.

Mas como a sociedade tem reagido a essa transformação? Quais são os limites e as potencialidades dessa tecnologia que redefine relações sociais, culturais e econômicas?

Vamos responder essas e outras questões aqui.

O que é inteligência artificial?

A inteligência artificial pode ser definida como um ramo da computação que desenvolve sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana, como reconhecer padrões, interpretar linguagem natural, tomar decisões ou aprender com experiências anteriores.

Em termos simples, utilizá-la é uma forma de simular o raciocínio humano com a ajuda de algoritmos, dados e inovações tecnológicas.

A inteligência artificial surge da união entre o raciocínio humano e a lógica computacional. Imagem: reprodução

A inteligência artificial surge da união entre o raciocínio humano e a lógica computacional. Imagem: reprodução

A inteligência artificial surge da união entre o raciocínio humano e a lógica computacional. Imagem: reprodução

A primeira IA do mundo

O conceito de inteligência artificial surgiu oficialmente em 1956, durante a conferência de Dartmouth, quando cientistas como John McCarthy, Marvin Minsky e Claude Shannon discutiram como construir “máquinas inteligentes”.

A partir dali, o campo evoluiu rapidamente. Um dos primeiros grandes marcos foi o programa ELIZA, criado na década de 1960 no MIT, que simulava um psicoterapeuta e respondia aos usuários com base em palavras-chave.

Como um fato curioso, o nome ELIZA foi escolhido como uma referência à personagem Eliza Doolittle, da peça Pygmalion de George Bernard Shaw (que também inspirou o musical My Fair Lady).

A ideia era simbolizar uma máquina “educada” para falar como uma pessoa refinada, mesmo que sua compreensão real fosse limitada. E embora rudimentar, ELIZA mostrou o potencial de se criar máquinas capazes de “conversar” com humanos.

Desde então, vimos o surgimento de sistemas cada vez mais sofisticados, especialmente após o crescimento exponencial do poder computacional e da coleta de dados. Hoje, grandes corporações como as Big techs dominam o mercado de IA, influenciando profundamente o avanço da tecnologia.

Na foto, Joseph Weizenbaum, o criador do programa ELIZA, em 1966. Imagem: Reprodução

Na foto, Joseph Weizenbaum, o criador do programa ELIZA, em 1966. Imagem: reprodução

Principais tipos de inteligência artificial

Existem diferentes formas de aplicar a inteligência artificial, e cada uma delas responde a objetivos específicos. À medida que a tecnologia e a inovação avançam, surgem novas categorias que ampliam as possibilidades de uso da IA em diversos setores.

Entender essas categorias é fundamental para compreender como a inteligência artificial atua no nosso dia a dia e no desenvolvimento de soluções para desafios complexos.

Por exemplo, a inteligência artificial preditiva é usada para analisar dados e prever comportamentos futuros. É ela que está por trás de recomendações de filmes em plataformas de streaming ou previsões de demanda no comércio no seu cotidiano.

Já a inteligência artificial generativa, por sua vez, cria conteúdo novo com base em grandes volumes de dados — como o ChatGPT ou Midjourney, que geram textos, imagens e músicas.

E, entre os diferentes tipos, também temos a inteligência artificial computacional que trabalha com algoritmos inspirados na biologia, como redes neurais e algoritmos genéticos.

Apenas essa, em específico, é usada e tem mais credibilidade para trabalhar em problemas complexos como diagnóstico de doenças e identificação de padrões em grandes volumes de dados.

A startup Basecamp Research uniu biotecnologia e inteligência artificial para revolucionar o desenvolvimento de proteínas personalizadas. Foto: Forbes

A startup Basecamp Research uniu biotecnologia e inteligência artificial para revolucionar o desenvolvimento de proteínas personalizadas. Foto: Forbes

O impacto da inteligência artificial na vida real

O que poucos percebem é que a inteligência artificial está em toda parte. Ao pedir um carro por aplicativo, interagir com um chatbot de atendimento ou receber uma sugestão de compra, estamos interagindo com essa tecnologia e inovação. Ela está nas ruas, no celular, na casa, muitas vezes de forma invisível.

E isso levanta questões sobre o impacto da inteligência artificial na vida real.

De acordo com a Opinion Box, 90% dos brasileiros já usaram algum tipo de IA, sendo que 37% afirmaram usar todos os dias. Isso mostra não apenas a introdução da tecnologia na sociedade, mas sua relevância para os hábitos cotidianos.

Impactos positivos da inteligência artificial

O objetivo deste artigo é apresentar as possibilidades de impacto da inteligência artificial e como ela pode contribuir positivamente para a sociedade.

No entanto, é preciso ter em mente que ela é um território em disputa e com atualizações constantes. Os rumos dessa tecnologia e inovação dependem fortemente de quem detém o poder econômico e político, sobretudo as Big techs.

Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), por exemplo, afirma que 71% dos estudantes brasileiros usam IA na rotina de estudos. Ferramentas como assistentes de escrita e geradores de resumo ajudam no desempenho acadêmico, ampliando o acesso ao conhecimento.

Na saúde, sistemas de IA são utilizados para identificar doenças com mais rapidez, o que pode salvar vidas. Na mobilidade urbana, algoritmos otimizam rotas e reduzem congestionamentos. Esses são apenas alguns exemplos de como o avanço da tecnologia está promovendo melhorias para o dia a dia do brasileiro médio.

O brasileiro e a inteligência artificial

No Brasil, o uso da inteligência artificial vem crescendo rapidamente, mas também revela as desigualdades que marcam o país. Enquanto jovens das grandes cidades testam ferramentas como o ChatGPT para fazer trabalhos escolares ou criar conteúdo, há comunidades inteiras em áreas rurais ou periféricas que ainda lutam pela inclusão digital no Brasil.

Segundo a HSR Specialist Researchers, 83% dos jovens já usaram algum recurso de IA. Mas a facilidade no uso varia bastante. Em bairros centrais, estudantes exploram aplicativos que ajudam a estudar, organizar a rotina ou até simular entrevistas de emprego. Já em contextos mais vulneráveis, muitos sequer ouviram falar dessas inovações tecnológicas.

Outra pesquisa, desta vez a “Inteligência Artificial na Educação Superior” feita pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), indica que  54% dos brasileiros relataram ter utilizado IA generativa em 2024, superando a média global de 48%.

Ainda de acordo com o levantamento, 65% dos brasileiros veem a IA como promissora para melhorar a vida em sociedade, acima da média mundial de 57%. Porém, apesar do cenário esperançoso, existe o outro lado da moeda: 76,6% dos profissionais temem perder o emprego por causa da IA.

O Brasil registrou 468,6 milhões de acessos a sites de inteligência artificial em fevereiro de 2024, de acordo com relatório da AI Tools. Imagem: Direito News

O Brasil registrou 468,6 milhões de acessos a sites de inteligência artificial em fevereiro de 2024, de acordo com relatório da AI Tools. Imagem: Direito News

Regulação, ética e o futuro da inteligência artificial

Com o crescimento do uso da inteligência artificial, também surgem preocupações sobre questões éticas, privacidade, discriminação algorítmica e o controle sobre os dados.

Muitas decisões automatizadas, como concessão de crédito, acesso a serviços ou contratações, estão sendo feitas por sistemas de IA que, sem transparência, podem perpetuar desigualdades ou cometer erros graves.

Por isso, cresce a pressão internacional por uma regulação clara e democrática da IA.

No cenário mundial, a União Europeia está avançando com o AI Act, uma legislação que define padrões e limites para o uso de sistemas de alto risco. Já no Brasil, tramitam projetos de lei que buscam estabelecer diretrizes para o desenvolvimento e uso da tecnologia e inovação, mas o debate está só começando.

Em dezembro de 2024, o Senado aprovou o projeto que regulamenta o uso da inteligência artificial no país, estabelecendo princípios, direitos e deveres para o desenvolvimento e a aplicação dessa tecnologia e inovação.

É assim que a inteligência artificial se concretizou e não é mais uma aposta distante: ela está aqui, moldando nossas rotinas, decisões e estruturas sociais.

Com potencial para transformar radicalmente setores como saúde, educação, mobilidade e comunicação, essa tecnologia precisa ser compreendida, monitorada e usada moderadamente e com muito bom senso.

Os desafios relacionados à ética, desigualdade de acesso e regulação não devem ser ignorados. Afinal, os rumos da tecnologia e inovação não podem estar nas mãos de poucos — muito menos ser decididos apenas pelas Big techs.

Como sociedade, temos o dever de participar desse debate e garantir que o avanço da tecnologia esteja a serviço do bem comum, promovendo justiça social, inclusão e sustentabilidade.

Inclusive, se você tem interesse em saber mais sobre o assunto e ampliar seu repertório, conheça o curso “Inteligência Artificial: temas e prática” oferecido pelo ICL.

O curso, que tem como objetivo introduzir o conteúdo para pessoas que ainda não conhecem sobre o assunto, apresenta as principais vertentes da inteligência artificial, explora as técnicas mais utilizadas atualmente e explica de forma acessível o que é machine learning.

O material é ideal para quem deseja iniciar nessa jornada com um olhar crítico e consciente, especialmente em um momento em que o impacto da inteligência artificial na vida real cresce a cada dia. Clique aqui e confira!

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