Uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati concluiu que o calor aumenta as chances de ocorrência de ataques de enxaqueca. “A mudança climática é um dos fatores desencadeantes mais comuns para enxaqueca”, diz Vincent Martin, diretor do Centro de Dor de Cabeça e Dor Facial do Instituto de Neurociência Gardner da UC e médico da UC Health.
O estudo foi concluído em junho de 2024. Segundo Martin, a pesquisa descobriu que “o aumento da temperatura foi um fator significativo na ocorrência de enxaqueca. É incrível porque você pensa em todos os padrões climáticos variados que ocorrem em todo o país e conseguimos encontrar um que seja tão significativo.”
A pesquisa relacionou 71.030 registros diários de 660 pacientes que sofrem de enxaqueca nos Estados Unidos com os dados meteorológicos da região. Para cada variação de 10 graus Fahrenheit (aproximadamente 5,5 °C), havia um aumento de 6% no número de queixas de dores de cabeça.
A doença, também conhecida por migrânea, é um tipo de dor de cabeça incapacitante. Pode ocorrer em qualquer idade, mas costuma se manifestar mais em adolescentes, adultos jovens e afeta mais as mulheres que os homens.
Em cerca de 15% dos casos, o quadro de dor é precedido (ou acompanhado) por uma aura premonitória que envolve sintomas visuais. Sua principal característica é o embaçamento da visão ou a presença de pontos luminosos, em zigue-zague ou manchas escuras nos períodos que precedem as crises dolorosas.

Enxaqueca é um tipo de dor de cabeça incapacitante, que provoca crises prolongadas (Foto: Reprodução)
O estudo reforça a necessidade de cuidados especiais em épocas de temperaturas extremas, destacando que a conscientização sobre esses fatores pode ajudar a minimizar o impacto da enxaqueca nas pessoas afetadas.
Dores de cabeça podem ser sintomas de estresse térmico, situação de desequilíbrio corporal quando as pessoas são expostas a temperaturas extremas. Para pessoas já diagnosticadas com enxaqueca, calor ou frio excessivo podem desencadear crises. Outro risco associado ao calor é a desidratação, que pode ocorrer quando o tempo está muito quente e o ar com umidade baixa. Para pacientes que sofrem do problema, a desidratação aumenta o risco de uma crise.
Com o aumento das temperaturas, os pacientes devem ficar atentos não só aos sintomas das crises de enxaqueca, mas também às mudanças climáticas, que têm um efeito direto sobre o aumento da frequência dessas dores de cabeça.
Como evitar a enxaqueca no verão
• Manter-se bem hidratado, bebendo bastante água ao longo do dia, pois a desidratação pode ser um gatilho comum para as crises.
• Evitar exposição prolongada ao sol forte.
• Manter uma alimentação equilibrada e regular, evitando alimentos processados ou ricos em sódio, que podem desencadear dores de cabeça.
• Controlar o estresse, praticando relaxamento, como meditação ou respiração profunda, para reduzir a tensão que contribui para a enxaqueca.
• Garantir um sono de qualidade, dormindo em um ambiente fresco e com uma rotina regular para evitar crises.
• Evitar mudanças bruscas de temperatura, como sair de um ambiente muito quente para um com ar-condicionado, já que essas alterações podem precipitar a enxaqueca.
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