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Autor de atentado contra Trump foi rejeitado no clube de tiro e sofreu bullying na escola

Crooks tentou entrar na equipe de tiro da escola, mas foi rejeitado porque não era um bom atirador
15/07/2024 | 06h30

Thomas Matthew Crooks, o jovem de 20 anos que praticou o atentado contra Donald Trump no último sábado (13), é descrito por quem o conheceu como uma pessoa tímida, vítima de bullying e que foi rejeitado pelo clube de tiro da escola por ser um péssimo atirador.

Crooks foi morto pelo Serviço Secreto enquanto ainda estava no telhado a menos de 150 metros de onde Trump discursava. Ele usou um fuzil AR-15 e acertou o ex-presidente na orelha até ser identificado por um sniper e morto. Investigadores ainda buscam a motivação para a tentativa de assassinato de Trump, candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos.

As autoridades tratam do caso como um possível ato de terrorismo doméstico, mas não está claro o motivo do crime. O FBI disse acreditar que Crooks, que tinha materiais para fabricação de bombas no carro que dirigiu até o comício, agiu sozinho.

O rapaz se formou na Bethel Park High School em 2022. Em um vídeo da cerimônia de formatura da escola, Crooks pode ser visto cruzando o palco para receber seu diploma, parecendo magro e usando óculos. O distrito escolar disse que cooperará com os investigadores.

Em seu último ano, Crooks foi um dos vários estudantes premiados por Matemática e Ciências, de acordo com uma reportagem do Tribune-Review na época.

Crooks tentou entrar na equipe de tiro da escola, mas foi rejeitado porque não era um bom atirador, disse Frederick Mach, capitão atual da equipe.

Arma teria sido comprada pelo pai de Crooks

No sábado, Crooks usou um fuzil AR-15, que as autoridades acreditam ter sido comprado por seu pai. Kevin Rojek, agente especial do FBI em Pittsburgh, disse que os investigadores ainda não sabem se ele pegou a arma sem permissão de seu pai.

O telhado onde Crooks estava deitado ficava a menos de 150 metros de onde Trump estava falando, uma distância na qual um bom atirador poderia razoavelmente atingir um alvo do tamanho de um humano. Essa é uma distância na qual os recrutas do Exército dos EUA devem acertar um alvo em forma de silhueta humana para se qualificarem com o fuzil M-16.

Jason Kohler, que disse ter frequentado a mesma escola secundária, disse que ele era vítima de bullying na escola e ficava sozinho na hora do lanche. Outros estudantes zombavam dele pelas roupas que usava, incluindo roupas de caça, disse Kohler. “Ele era vítima de bullying quase todos os dias”, disse Kohler aos repórteres. “Ele era apenas um excluído, e você sabe como as crianças são hoje em dia.”

Ao tentar assassinar Trump, Crooks parecia usar uma camiseta do Demolition Ranch, um canal popular do YouTube que posta vídeos de seu criador disparando pistolas e fuzis em alvos que incluem manequins humanos.

Matt Carriker, criador da Demolition Ranch baseado no Texas, não respondeu a uma mensagem de telefone ou e-mail no domingo, mas postou uma foto do corpo ensanguentado de Crooks usando a camiseta de sua marca nas redes sociais com o comentário “Como assim?”.

Agentes alvejaram Crooks ainda no telhado

Eleitor republicano, fez doação a democratas

As inclinações políticas de Crooks não estão claras. Registros mostram que Crooks estava registrado como eleitor republicano na Pensilvânia, mas relatórios federais de financiamento de campanha também mostram que ele doou US$ 15 a um comitê político progressista em 20 de janeiro de 2021, o dia em que Biden assumiu o cargo.

Investigadores não encontraram comentários ameaçadores em suas contas de mídia social nem posições ideológicas que pudessem ajudar a explicar por que ele mirou em Trump antes que o Serviço Secreto retirasse o então candidato presidencial republicano do palco, com o rosto manchado de sangue.

Parentes de Crooks não responderam a várias mensagens da agência Associated Press. O pai dele, Matthew Crooks, disse à CNN no sábado à noite que estava tentando entender o que estava acontecendo, mas não falaria sobre seu filho até conversar com as autoridades. Um oficial do FBI disse aos repórteres que a família de Crooks está cooperando com os investigadores.

 

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