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Autorizada entrada de ajuda humanitária em Gaza; para alguns, ‘uma gota no oceano’

A usina de dessalinização de água de Gaza foi desligada, aumentando o risco de mais mortes por falta de água, desidratação e doenças por ingestão de água contaminada.
21/10/2023 | 06h37

Foi autorizada hoje a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Mais de 100 caminhões com mantimentos estão na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, mas somente 20 veículos devem cruzar o corredor de ajuda e entrar no território. Os organizadores do comboio alertam que essa quantidade de ajuda é insuficiente e compararam a “uma gota no oceano”.

Segundo informou a embaixada dos Estados Unidos,  a passagem de estrangeiros de Gaza para o Egito também deve ser autorizada.

“Não sabemos quanto tempo a fronteira permanecerá aberta para a saída de cidadãos estrangeiros de Gaza”, informou a representação diplomática no Egito, alertando que os cidadãos dos Estados Unidos que tentarem entrar no Egito por Rafah devem encontrar um ambiente “caótico e desordenado”.

Reprodução de vídeo – Al Jazeera

O governo de Israel havia bloqueado a entrada de água, alimentos, eletricidade e combustível em Gaza. Os apelos da comunidade internacional e, principalmente, um encontro com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, em Tel Aviv, convenceram Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, a autorizar o envio de ajuda humanitária para o território.

Num comunicado, o gabinete de Benjamin Netanyahu afirmou que “não impedirá” as entregas de alimentos, água e medicamentos, desde que os fornecimentos não cheguem ao Hamas. Não houve menção a combustível, que é essencial para abastecer os geradores dos hospitais locais.

o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa disse o combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização. “Instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”, disse ele

Após o ataque massivo do grupo terrorista Hamas contra Israel no último dia 7, que matou centenas de pessoas, o país impôs um bloqueio total ao território palestino, interrompendo a entrada de água, comida, combustível e eletricidade. Desde então, a situação para os mais de 2,3 milhões de palestinos que vivem em Gaza vem se deteriorando rapidamente.

Reprodução de vídeo – Al Jazeera

“O direito humanitário internacional é muito claro: você não pode fazer uma população inteira passar fome. Você não pode usar ajuda, comida ou água como um instrumento de guerra para qualquer fim político ou militar”, afirmou Marwan Jilani, diretor geral da organização Crescente Vermelho para a Palestina (como é chamada a Cruz Vermelha em países islâmicos), à emissora Al Jazeera.

Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o cenário é desastroso: não há eletricidade desde o dia 11, a insegurança alimentar só aumenta e o sistema de saúde está à beira do colapso.

O território só tem comida para menos de uma semana , alertou a ONU. Lembrou também que a usina de dessalinização de água de Gaza foi desligada, aumentando o risco de mais mortes por falta de água, desidratação e doenças por ingestão de água contaminada.

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