Durante participação em reunião do B20, braço empresarial do G20, a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, cobrou do empresariado um papel mais efetivo no combate às desigualdades. “Gostaria que saíssemos desse B20 sem o mundo das teorias, sem o mundo de diagnóstico, e no mundo de fazer acontecer. A gente sabe tudo o que tem de fazer. Todo mundo aqui falou que só a união entre o governo, sociedade, empresários vão fazer isso dar certo, só que a gente não consegue fazer isso no mundo”, afirmou Trajano. “Temos de partir para fazer acontecer. O diagnóstico todo mundo sabe: que os empregos vão mudar”, disse a presidente do conselho de administração da rede varejista.
A reunião do B20 ocorreu ontem (24), em São Paulo. É a primeira vez que o Brasil sedia o evento. O país ocupa a presidência transitória do G20, fórum que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana.
Durante participação na mesa de abertura do B20 Summit, que debateu potencial humano e empoderamento das pessoas diante dos desafios globais, Luiza disse que empresários e políticos precisam estar conscientes de que o mundo mudou e frisou que seus pares precisam se posicionar dizendo que não vai haver aumento de desemprego com a maior digitalização de determinadas funções.
Ela defendeu que as pessoas sejam capacitadas profissionalmente e alocadas a outras posições. “Nós temos de dizer que não vai ter desemprego”, disse Trajano.
À plateia de empresários, ela também disse que combater a desigualdade não é só responsabilidade dos governos. “É uma responsabilidade de todos nós que estamos nessa sala”, disse.
Neste ano, o fórum é coordenado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
B20: empresários reforçam papel do Brasil no debate global
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes da Silva, disse que a sequência de eventos internacionais sediados no Brasil, como o G-20 e a COP30 (conferência do clima das Nações Unidas), mostra “o interesse, a vontade e o engajamento do Brasil nas causas internacionais”.
“Como disse nosso presidente [Lula] quando tomou posse: o Brasil está de volta ao mundo, tentando colaborar com as grandes causas mundiais. A causa da sustentabilidade e de um crescimento que, sem inclusão, não propiciará um futuro próspero para todos os habitantes do planeta”, afirmou.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, também reforçou o papel do país, dizendo que “o Brasil e o setor privado estão preparados para dar importantes contribuições ao debate global”.
O empresário Dan Ioschpe, conselheiro da Iochpe-Maxion e chair do B-20, disse que, ao longo dos últimos meses, os grupos de empresários buscaram criar propostas que fossem “acionáveis e mensuráveis”. “Construímos as propostas com base em princípios sólidos para que cada sugestão se traduzisse em ações concretas e de impacto”, afirmou.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi representado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima.
O diplomata Felipe Hees, ministro e sous sherpa (negociador) do Brasil no G20, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao Ministério de Relações Exteriores que fizesse os dois universos do fórum multilateral se comunicarem melhor: financiamento e políticas públicas. “Essa preocupação norteou os trabalhos do G-20 neste ano na nossa presidência”, disse.
Redação ICL Economia
Com informações de O Estado de S.Paulo
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