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No B20, Luiza Trajano cobra ação do empresariado no combate às desigualdades

Presidente do conselho de administração do Magazine Luiza defendeu capacitação de trabalhadores para enfrentamento das mudanças no mercado de trabalho com a digitalização.
25/10/2024 | 13h09

Durante participação em reunião do B20, braço empresarial do G20, a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, cobrou do empresariado um papel mais efetivo no combate às desigualdades. “Gostaria que saíssemos desse B20 sem o mundo das teorias, sem o mundo de diagnóstico, e no mundo de fazer acontecer. A gente sabe tudo o que tem de fazer. Todo mundo aqui falou que só a união entre o governo, sociedade, empresários vão fazer isso dar certo, só que a gente não consegue fazer isso no mundo”, afirmou Trajano. “Temos de partir para fazer acontecer. O diagnóstico todo mundo sabe: que os empregos vão mudar”, disse a presidente do conselho de administração da rede varejista.

A reunião do B20 ocorreu ontem (24), em São Paulo. É a primeira vez que o Brasil sedia o evento. O país ocupa a presidência transitória do G20, fórum que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana.

Durante participação na mesa de abertura do B20 Summit, que debateu potencial humano e empoderamento das pessoas diante dos desafios globais, Luiza disse que empresários e políticos precisam estar conscientes de que o mundo mudou e frisou que seus pares precisam se posicionar dizendo que não vai haver aumento de desemprego com a maior digitalização de determinadas funções.

Ela defendeu que as pessoas sejam capacitadas profissionalmente e alocadas a outras posições. “Nós temos de dizer que não vai ter desemprego”, disse Trajano.

À plateia de empresários, ela também disse que combater a desigualdade não é só responsabilidade dos governos. “É uma responsabilidade de todos nós que estamos nessa sala”, disse.

Neste ano, o fórum é coordenado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

B20: empresários reforçam papel do Brasil no debate global

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes da Silva, disse que a sequência de eventos internacionais sediados no Brasil, como o G-20 e a COP30 (conferência do clima das Nações Unidas), mostra “o interesse, a vontade e o engajamento do Brasil nas causas internacionais”.

“Como disse nosso presidente [Lula] quando tomou posse: o Brasil está de volta ao mundo, tentando colaborar com as grandes causas mundiais. A causa da sustentabilidade e de um crescimento que, sem inclusão, não propiciará um futuro próspero para todos os habitantes do planeta”, afirmou.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, também reforçou o papel do país, dizendo que “o Brasil e o setor privado estão preparados para dar importantes contribuições ao debate global”.

O empresário Dan Ioschpe, conselheiro da Iochpe-Maxion e chair do B-20, disse que, ao longo dos últimos meses, os grupos de empresários buscaram criar propostas que fossem “acionáveis e mensuráveis”. “Construímos as propostas com base em princípios sólidos para que cada sugestão se traduzisse em ações concretas e de impacto”, afirmou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi representado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima.

O diplomata Felipe Hees, ministro e sous sherpa (negociador) do Brasil no G20, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao Ministério de Relações Exteriores que fizesse os dois universos do fórum multilateral se comunicarem melhor: financiamento e políticas públicas. “Essa preocupação norteou os trabalhos do G-20 neste ano na nossa presidência”, disse.

Redação ICL Economia
Com informações de O Estado de S.Paulo

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