Em linha com as projeções do mercado financeiro, o Banco Central elevou de 2% para 2,9% a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) este ano, conforme Relatório de Inflação do terceiro trimestre divulgado nesta quinta-feira (28). Por sua vez, para a inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a autarquia manteve sua estimativa para 2023 em 5%.
Trecho do relatório aponta que “a revisão decorre da elevada surpresa positiva no segundo trimestre e, em menor medida, de previsões ligeiramente mais favoráveis para a evolução da indústria, de serviços e do consumo das famílias no segundo semestre”, informou o Banco Central.
No primeiro trimestre de 2023, o PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos no país) cresceu 1,9% e, no segundo trimestre (abril a junho), 0,9%. Em ambos os casos, as projeções ficaram acima das estimativas do mercado financeiro.
Na última segunda-feira (25), o Boletim Focus divulgado pelo BC apontou que o mercado financeiro elevou o crescimento do PIB de 2023, de 2,89% para 2,92%. Para 2024, os mais de cem analistas ouvidos na semana passada para a publicação mantiveram a projeção de crescimento da economia em 1,50%.
Caso seja confirmado, o resultado para o PIB deste ano estimado pelo BC também representará uma estabilidade em relação ao patamar do ano passado, quando a expansão foi de 2,9%.
Relatório do BC projeta crescimento do PIB para o ano que vem pela primeira vez. Previsão é de expansão de 1,8%
O relatório divulgado hoje pela autarquia traz uma novidade: pela primeira vez o Banco Central faz uma projeção oficial para a economia no ano que vem, de 1,8%, percentual um pouco acima do projetado pelo mercado financeiro.
Ontem (27), em audiência pela manhã na Câmara dos Deputados, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o PIB cresceria 3% neste ano e 2% em 2024, arredondando as projeções divulgadas pela instituição nesta quinta-feira.
Aos deputados, Campos Neto afirmou que os economistas do mercado têm sido mais pessimistas em suas projeções sobre o PIB, em relação ao resultado apurado posteriormente.
“O que nos faz pensar que as reformas estruturais de vários governos tem tido impacto, e que o crescimento potencial pode ser revisado para cima”, afirmou.
Com relação à inflação oficial projetada para este ano, o relatório do BC diz que, “em termos de probabilidades estimadas de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância, destaca-se, no cenário de referência, o aumento da probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior em 2023, que passou de cerca de 61% no relatório anterior [divulgado em junho] para 67% neste relatório”.
Para este ano, o centro da meta de inflação definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) está em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
No último Boletim Focus, o mercado financeiro estimou que a inflação medida pelo IPCA somará 4,86% neste ano.
Para 2024, a projeção do BC para o IPCA subiu de 3,4%, em junho, para 3,5% no documento divulgado hoje. A meta de inflação do próximo ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Já para o ano de 2025, a estimativa de inflação do Banco Central ficou estável em 3,1%. Para aquele ano, a meta de inflação é de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Caso seja confirmada a projeção de inflação de 5% para este ano, será o terceiro ano seguido de estouro da meta.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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