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Biden diz que governo de Israel começa a perder apoio internacional

Até agora, os Estados Unidos apoiaram Israel tanto na ação como na retórica
12/12/2023 | 18h31

Hoje, pela primeira vez desde que começou o atual conflito entre Israel e Hamas, o presidente norte-americano mostrou discordância em relação ao ataque massivo que o governo israelense faz a Gaza. Joe Biden alertou que Benjamin Netanyahu está perdendo o apoio internacional. O primeiro-ministro de Israel rejeitou de imediato a visão americana para um pós-guerra.

Diante do massacre de civis em Gaza empreendido pelas forças israelenses, Biden alertou em um discurso em Washington que a comunidade internacional está se voltando contra o governo de Netanyahu.

“Eles estão começando a perder esse apoio”, disse Biden, argumentando queo primeiro-ministro precisava fazer mudanças em seu governo, cuja  marca é ser o mais à extrema direita na história de Israel.

Até agora, os Estados Unidos apoiaram Israel tanto na ação como na retórica – avalizando o ataque a Gaza, rechaçando os pedidos de cessar-fogo nas Nações Unidas e autorizando a venda de milhares de armas aos israelenses.

Mas esse apoio firme pareceu fraquejar na fala presidencial de hoje. Segundo o jornal The New York Times, os comentários de Biden representaram a ruptura mais acentuada até agora na linguagem que os Estados Unidos têm usado em relação a Israel desde o início da guerra, após o ataque devastador do Hamas a Israel em  7 de outubro.

Netanyahu, dirigindo-se aos israelenses em um vídeo antes de Biden falar, descartou qualquer papel da Autoridade Palestina em Gaza após o fim da guerra. Os Estados Unidos têm pressionado por essa opção.

“Há divergências sobre ‘o dia seguinte ao Hamas’”, disse Netanyahu numa declaração em vídeo publicado nas redes sociais, “e espero que também cheguemos a um acordo aqui”.

Israel lançou o seu ataque a Gaza depois de militantes liderados pelo Hamas lançarem ataques terroristas devastadores contra Israel a partir do enclave, em 7 de Outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e tomando 240 reféns.

No ataque aéreo e terrestre que se seguiu, mais de 18 mil  palestinos foram mortos. O governo israelense tem enfrentado uma condenação crescente de todo o mundo devido à assimetria do número de mortos.

Até hoje, as autoridades americanas eram a excepção.

COLAPSO EM GAZA

O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, disse que Gaza está enfrentando condições humanitárias perigosas. “Se olharmos para a situação humanitária neste momento, ela é tão precária… extremamente precária”, disse Turk. “Está à beira de um colapso, ou muito além.”

O chefe dos direitos humanos da ONU apelou a um cessar-fogo para pôr fim à crise, sublinhando que a única forma de avançar é “através do fim imediato da violência”.

O Ministério da Saúde de Gaza afirma que Israel está “apertando o cerco” ao Hospital Kamal Adwan, no norte do enclave.

As informações anteriores eram de que as forças israelenses interrogaram a equipe médica do hospital, que está detida na unidade de emergência da instalação.

O ministério informou que as forças israelenses instruíram a equipe médica a transferir os feridos para outro local. Segundo o ministério, os soldados israelenses disseram que estão se preparando para realizar uma busca completa no hospital em busca de quaisquer “armas”.

Também divullgou que o hospital carece de comida, água e combustível e acrescentou que as ambulâncias estão a ser impedidas de “se movimentar” no norte de Gaza.

O Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para o Mediterrâneo Oriental disse que quatro pessoas ainda estão detidas depois de terem sido destacadas numa missão liderada pela OMS para transportar pacientes do Hospital al-Shifa.

Um funcionário do Ministério da Saúde palestino e três pessoas da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino foram todos detidos em 22 de novembro, durante a missão liderada pela OMS.

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