O presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, defendeu o programa Nova Indústria Brasil, lançado pelo governo Lula no começo do ano para fomentar o setor industrial, e disse que é preciso “enfrentar o complexo de vira-lata”.
Em discurso durante a posse de Ricardo Cappelli como presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), no Ministério do Planejamento e Orçamento, Mercadante disse que o Brasil vive um ambiente econômico favorável ao desenvolvimento da política industrial, com bons indicadores macroeconômicos.
“Temos que proteger o mercado. Senão, não tem industrialização como o mundo está vendo”, defendeu. “Temos de enfrentar o complexo de vira-lata”, complementou.
Mercadante destacou que um país que conta com a Embraer, com atuação relevante no mercado de aeronaves, precisa fortalecer a indústria.
O presidente do BNDES disse que o Nova Indústria Brasil, lançado pelo governo federal em janeiro deste ano, está alinhado com as práticas adotadas na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos.
BNDES será responsável por financiar boa parte dos projetos no âmbito do Nova Indústria Brasil
O Nova Indústria Brasil já liberou R$ 5,3 bilhões para projetos no seu primeiro mês de funcionamento. Os recursos fazem parte do pacote de R$ 300 bilhões em financiamento e subsídios garantidos à indústria até 2026.
A maior parte dos recursos liberados no primeiro mês foi via BNDES. O banco aprovou R$ 4,9 bilhões em operações diretas, realizadas entre a instituição e os clientes, e indiretas, por meio de agentes financeiros credenciados. Os outros R$ 429,1 milhões foram da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que administra o FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
O programa oferece subsídios, empréstimos com juros reduzidos (será usada a taxa referencial) e ampliação de investimentos federais, além de incentivos tributários e fundos especiais para estimular a indústria nacional.
A maior parte dos R$ 300 bilhões virá por meio de financiamentos via BNDES, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
Na posse de Cappelli, a defesa do programa foi o ponto central dos discursos, pois a ABDI será responsável por monitorar parte do cumprimento de metas da NIB.
O programa será conduzido pelo MDIC (Ministérios de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Ministério do Planejamento e Orçamento, BNDES e a Finep.
Capelli é formado em Jornalismo, com especialização em Gestão Pública pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Braço direito do ex-ministro da Justiça e hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flavio Dino, ele se notabilizou quando foi nomeado interventor de segurança pública do Distrito Federal em razão dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e de O Estado de S.Paulo
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