A atuação de influenciadores seguiu sendo o destaque nas redes sociais, em grande parte impulsionados por perfis de fofocas e/ou que “cobrem” a vida de subcelebridades.
A atuação destes perfis — de fofoca e influenciadores — vem sendo sequestrada por atores ligados ao cluster de extrema direita, com o objetivo de reforçar uma linha argumentativa bolsonarista.
Nessa abordagem, o bolsonarismo defende que a reação à tragédia estaria sendo fruto exclusivamente da ação de voluntários, buscando suprimir a visibilidade de ações dos governos federal, estadual e municipais.

Lula foi o único político que se destacou (5º principal perfil) ao explorar o tema do Rio Grande do Sul no Facebook/Instagram nos últimos sete dias
Nesta semana o volume de menções ao tema se manteve abaixo do registrado na semana anterior (o volume de menções caiu 42% na comparação), mas ainda monopolizou o debate nas redes sociais.
De um lado, não-polarizados e influenciadores priorizaram campanhas de doações e exploraram histórias comoventes. De outro, o campo de extrema-direita liderado pelo bolsonarismo buscava disputar a atuação destes influenciadores, reivindicado uma independência nas ações da sociedade civil que seriam então contrapostas a uma suposta ineficiência do poder público.
Aqui, o bolsonarismo se beneficia do arrefecimento no volume de conversações sobre o tema para amplificar a percepção de influência no debate. Por isso, é essencial correlacionarmos o arrefecimento das conversações com o aumento da relevância do bolsonarismo e da extrema-direita neste cenário e nos próximos dias.
Para tal, pensemos em uma maré que, ao recuar, revela com o recuo estruturas que até então não apareciam devido ao volume de água (ou menções) presente naquele cenário.
Em suma o debate nas redes se orientou pela ação de voluntários (especialmente influenciadores) e pela atuação do governo federal. O primeiro é reivindicado — em partes — pelo bolsonarismo, enquanto o segundo é questionado a partir de recortes descontextualizados (ex.: verbas destinadas ao estado).
Como pano de fundo, notícias falsas permeiam as discussões, com atenção para críticas oriundas de atores ligados ao poder público gaúcho e influenciadores ligados ao campo bolsonarista.
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