O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou na sua conta no X, nesta quarta-feira, 18, após a queda do bloqueio da rede social, que está suspensa por ordem judicial no país. Ele comemorou.
“Parabenizo a todos pela pressão que fazem as engrenagens circular na defesa da democracia no Brasil. Desistir não e uma opção e os senhores é que alimentam um futuro próspero a nosso país.
Na íntegra da publicação, Bolsonaro afirmou que a decisão do ministro do STF Alexandre Moraes, sem citá-lo no texto, foi “censura prévia, prática vedada pela Constituição e uma grave violação de direitos fundamentais”.
“Nos últimos dias, os brasileiros testemunharam acontecimentos que lançaram ainda mais luz sobre os graves retrocessos à liberdade no Brasil”, prossegue o texto.
“O X foi banido por questionar decisões judiciais que exigiam não só a remoção pontual de postagens, mas a exclusão permanente de perfis. Isso é censura prévia, prática vedada pela Constituição e uma grave violação de direitos fundamentais. Pior: ao banir a maior rede social do país, não foi uma empresa que foi punida, mas milhões de brasileiros, privados do acesso livre à informação e do direito de se expressar.
Pouco antes, o mesmo ministro censurou a Folha de SP, impedindo-a de publicar uma entrevista com Filipe Martins, um inocente preso por mais de 6 meses sem julgamento sob a alegação de ter feito uma viagem que nunca realizou. O mesmo ministro transformou uma discussão banal sobre uma fila de aeroporto em um “atentado à democracia”, tornando uma família ordeira e cumpridora da lei parte de um inquérito sem qualquer justificativa legal”, escreveu o ex-presidente.
Outros políticos de extrema-direita também publicaram no X. Veja abaixo algumas publicações.
O ex-presidente também ressaltou que a Starlink, outra empresa de propriedade do empresário sul-africano Elon Musk, “foi punida arbitrariamente” e afirmou que a Justiça agiu seletivamente.
“A Starlink também foi punida arbitrariamente, tornando-se vítima colateral de uma disputa judicial da qual não era parte. Isso mina a segurança jurídica e a confiança dos investidores. O Brasil deveria ser um porto seguro para investimentos e inovação, mas afugenta investidores e rejeita empresas inovadoras.
Todo este enredo surge enquanto as revelações de Glenn Greenwald, publicadas na Folha de SP, mostram que esses inquéritos ignoram o devido processo legal, com pré-seleção de alvos baseada em suas opiniões políticas e não em suas ações. Quando a justiça age seletivamente, todos corremos risco. Quando a censura prévia é normalizada, perdemos nossa liberdade. Quando a liberdade de expressão e de imprensa são ameaçadas, a Democracia grita por socorro.Deus, Pátria, Família e Liberdade.”, escreveu Bolsonaro.
Queda de bloqueio sem explicação
Na manhã desta quarta-feira, a rede social X permitiu o acesso de alguns perfis. De acordo com o STF, a liberação se deu por alguma “instabilidade no bloqueio da plataforma”.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirmou que não recebeu nenhuma ordem judicial para liberar o acesso à rede social. Em pronunciamento, a agência afirmou que não houve alteração da decisão de suspensão e que está verificando os acessos indevidos à rede. Portanto, nenhum desbloqueio foi realizado.
A plataforma foi suspensa no Brasil em 30 de agosto, por determinação do STF.
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