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Boulos critica bancos, defende sem-teto e vê Marta dar indireta a Nunes em evento em SP

Deputado reúne aliados em ato de sua pré-campanha à prefeitura da capital paulista
09/06/2024 | 09h15

Por Artur Rodrigues

(Folhapress) — O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) reuniu aliados em um evento de sua pré-campanha a prefeito, em que defendeu os sem-teto e disse que quem toma casas são os bancos.

Ele também assistiu à futura vice de sua chapa, Marta Suplicy (PT), que é ex-secretária do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), sugerir que qualidades como as de Boulos estão fazendo falta na cidade, em indireta ao antigo aliado.

“Tenho orgulho de, com 18 anos de idade, ter entrado no movimento sem-teto”, disse, acrescentando que o movimento não toma casa de ninguém. “Aliás quem toma casa é banco, o movimento sem-teto dá casa para as pessoas. Mais de 20 mil só aqui na cidade de São Paulo”.

O evento de pré-campanha ocorreu em uma casa de shows na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A equipe de Boulos estima que compareceram cerca de 4.000 pessoas. O ato contou com a presença de políticos, sindicalistas, líderes religiosos, artistas e empresários simpatizantes da campanha de Boulos.

Boulos: câmeras corporais na Guarda Civil

Em discurso, o deputado afirmou que não irá retroceder devido a ataques e que não negará sua trajetória. O psolista é frequentemente atacado por ter feito parte do movimento sem-teto e acusado de ser invasor de casas.

Em seu discurso, Boulos tratou Pablo Marçal (PRTB) como uma espécie de linha auxiliar de Ricardo Nunes. “Que venham com as mentiras, com a máquina e até com coach, picareta.”

O deputado fez um discurso batendo na tecla de que a cidade quer mudança e criticando a atual gestão, além de ter exaltado a convivência no dia a dia da periferia, onde mora.

Ele também fez promessas, como a de que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) use câmeras corporais em 100% de seu efetivo.

Durante evento, Boulos defendeu uso de câmeras corporais pela GCM. Foto: Divulgação

Marta Suplicy rivalizou em protagonismo com Boulos, ao ter feitos de sua gestão exaltada em discursos. Em sua fala, mais curta que a de Boulos, ela indicou ver em Boulos qualidades que o atual prefeito não tem.

“Você tem as qualidades mais especiais que um prefeito precisa ter. E tá fazendo falta, gente, tá ou não tá?”, disse ela.

Marta afirmou que vai suar a camisa para que São Paulo possa ter um prefeito que realmente tenha as faculdades que a cidade precisa, citando humanismo, visão de mundo e conhecimento.

A ideia, com este evento, era mostrar poder de mobilização, em um último grande ato antes do fim da pré-campanha. Entre as pessoas que discursaram, esteve o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha (PT).

“Você sabe que existe aqui em São Paulo a esfiha aberta e a esfiha fechada, mas também tem o bolsonarismo aberto e o bolsonarismo fechado”, em uma indireta a Ricardo Nunes (MDB).

Depoimentos

Entre depoimentos em vídeo e pessoas presentes, falaram personalidades como a atriz Samara Felippo, a chef Bela Gil, a apresentadora Astrid Fontenelle e o criminalista Antonio Mariz de Oliveira.

Também foram convidados empresários que vem acenando à esquerda, caso de Rosangela Lyra. Ela chegou a participar de protestos contra Dilma Rousseff (PT) e hoje apoia com a campanha de Boulos.

“Eu trilhei um caminho diferente da maioria de vocês. Nasci em berço esplêndido, tive uma educação de alta qualidade, e [tive] uma carreira que foi muito bem-sucedida, cheguei a presidente de uma multinacional do Brasil”, disse ao público, ao se apresentar.

Agora à frente da entidade Política Viva, ela falou sobre sua guinada política e fez referência ao meme de socialista de iPhone. “Eu não quero não ter iPhone, eu quero que todas as pessoas possam escolher se elas querem iPhone ou Samsung”.

No público, estavam muitos pré-candidatos a vereador e também cabos eleitorais. Antes do evento, foram entrevistados diversos convidados como o deputado federal Jilmar Tatto (PT), que antes de apoiar Boulos defendia uma candidatura própria do PT.

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