ICL Notícias

Braga Netto manteve contato com investigados por corrupção na intervenção, diz TV

Evidências da PF são áudios de 2020, quando general ocupava o Ministério da Casa Civil de Jair Bolsonaro
12/09/2023 | 18h57

Mesmo após virar ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, em 2020, o general Braga Netto manteve contato com investigados por corrupção na compra de coletes balísticos durante a intervenção federal, em 2018, no Estado do Rio de Janeiro. É o que apontam as investigações da Polícia Federal. A informação foi dada pela TV Globo.

Hoje, o general teve o sigilo telefônico quebrado pela PF na Operação Perfídia, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra ex-funcionários do Gabinete da Intervenção Federal (GIF) nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.

São investigados os crimes de corrupção ativa e passiva, dispensa ilegal de licitação e organização criminosa, além de contratação indevida da empresa CTU Security LLC para aquisição de 9.360 coletes balísticos. Houve um sobrepreço de mais de R$ 4,6 milhões. O contrato foi cancelado e o valor devolvido.

Segundo a PF, como ministro da Casa Civil, Braga Netto teria mantido contato com lobistas e intermediários de empresas suspeitas de corrupção na compra dos coletes. Entre as evidências estão áudios de 6 de março de 2020. Neles, Glauco Octaviano Guerra, apontado como advogado da CTU no Brasil, envia mensagens informando que haveria um jantar na casa do general.

Na mesma época, o contrato do gabinete de intervenção com a CTU do Brasil já havia sido suspenso por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A empresa, porém, tentava solucionar o impasse.

Decisão da juíza Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, afirmou que a suspensão suspensão do contrato apenas impediu um prejuízo maior ao governo brasileiro, mas afetou os supostos crimes até então cometidos, como advocacia administrativa ilegal, dispensa ilegal de licitação e corrupção.

Em nota, Braga Netto informou que “os contratos GIF seguiram absolutamente todos os trâmites legais previstos na lei brasileira. Com relação a compra de coletes balísticos da empresa americana CTU Security, é preciso destacar que a suspensão do contrato foi realizada pelo próprio GIF, após avaliação de supostas irregularidades nos documentos fornecidos pela empresa”.

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail