Mesmo após virar ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, em 2020, o general Braga Netto manteve contato com investigados por corrupção na compra de coletes balísticos durante a intervenção federal, em 2018, no Estado do Rio de Janeiro. É o que apontam as investigações da Polícia Federal. A informação foi dada pela TV Globo.
Hoje, o general teve o sigilo telefônico quebrado pela PF na Operação Perfídia, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra ex-funcionários do Gabinete da Intervenção Federal (GIF) nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.
São investigados os crimes de corrupção ativa e passiva, dispensa ilegal de licitação e organização criminosa, além de contratação indevida da empresa CTU Security LLC para aquisição de 9.360 coletes balísticos. Houve um sobrepreço de mais de R$ 4,6 milhões. O contrato foi cancelado e o valor devolvido.
Segundo a PF, como ministro da Casa Civil, Braga Netto teria mantido contato com lobistas e intermediários de empresas suspeitas de corrupção na compra dos coletes. Entre as evidências estão áudios de 6 de março de 2020. Neles, Glauco Octaviano Guerra, apontado como advogado da CTU no Brasil, envia mensagens informando que haveria um jantar na casa do general.
Na mesma época, o contrato do gabinete de intervenção com a CTU do Brasil já havia sido suspenso por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A empresa, porém, tentava solucionar o impasse.
Decisão da juíza Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, afirmou que a suspensão suspensão do contrato apenas impediu um prejuízo maior ao governo brasileiro, mas afetou os supostos crimes até então cometidos, como advocacia administrativa ilegal, dispensa ilegal de licitação e corrupção.
Em nota, Braga Netto informou que “os contratos GIF seguiram absolutamente todos os trâmites legais previstos na lei brasileira. Com relação a compra de coletes balísticos da empresa americana CTU Security, é preciso destacar que a suspensão do contrato foi realizada pelo próprio GIF, após avaliação de supostas irregularidades nos documentos fornecidos pela empresa”.
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