ouça este conteúdo
|
readme
|
A produtora Brasil Paralelo é alvo de uma ação civil pública da Advocacia-Geral da União (AGU) devido a publicações com “conteúdo desinformativo” sobre a ativista Maria da Penha, vítima de tentativa de homicídio que inspirou a lei homônima.
Uma série de vídeos publicados no canal da empresa no YouTube foi apontada pela União sobre o caso, contando com entrevistas com o colombiano Marco Antônio Heredia Viveiros, ex-marido de Maria.
A versão oficial da história é contestada nas publicações, negando que Viveiros tenha tentado assassinar a ex-companheira e resultando no fato de que ela acabou ficando paraplégica. A série dissemina um discurso de ódio em face de Maria da Penha, “além das mulheres que possam recorrer às medidas decorrentes do microssistema protetivo”, segundo a AGU.
A AGU pede que o Brasil Paralelo pague R$ 500 mil por danos morais coletivos, direcionados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, ligado ao Ministério da Defesa.
Uma publicação obrigatória também foi solicitada à produtora, com o objetivo de “publicar conteúdo pedagógico e informativo elaborado pelo Ministério das Mulheres sobre o caso Maria da Penha”.
Lei Maria da Penha nasceu em 2006
Após a condenação do Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Cidh), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), por omissão no caso de Maria da Penha, a Lei Maria da Penha (11.340/2006) foi criada. São quase vinte anos desde a criação.
A farmacêutica cearense sobreviveu a duas tentativas de assassinato cometidas pelo então marido, o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, em 1983. Ele atirou em suas costas enquanto ela dormia, simulando um assalto. Maria da Penha ficou paraplégica.
Pela lei, todo o caso de violência doméstica e infrafamiliar é crime.
Relacionados
Brasil Paralelo gastou R$ 300 mil em anúncios contra Maria da Penha
Produtora impulsionou 575 anúncios de um documentário que descredibiliza a farmacêutica
Estado irá proteger Maria da Penha após ameaças de extremistas de direita
Além disso, casa onde ela sofreu violência, em Fortaleza, será transformada em memorial
Redes do ICL sofrem onda de ódio e desinformação; Edu Moreira rebate
Comentários tentam defender Marco Antônio Heredia, ex-marido que tentou matá-la