A Organização das Nações Unidas (ONU) está realizando, em Viena, na Áustria, a 67ª reunião do Comitê para o Uso Pacífico do Espaço Exterior até o próximo sábado (29). A brasileira Renata Prôa, de 25 anos, é a única representante do país em um grupo de 25 jovens do mundo inteiro que integram a delegação do Space Generation Advisory Council (SGAC).
“Esse comitê discute o uso pacífico do espaço, são colocados todos os países juntos para discutir quais são as coisas e as condutas para que o espaço seja utilizado para o bem de todos, não seja colonizado nem usado em prol de um país ou um grupo de pessoas”, explica Renata.
O SGAC é uma ONG criada pela própria ONU para trazer a voz de estudantes e jovens profissionais da era de espaço de até 35 anos. Essa ONG seleciona anualmente um número de jovens de diversos países no Mundo para compor a delegação no comitê durante dez dias.
Brasileira
“É uma pressão e uma honra representar o Brasil. Tem um outro latinoamericano, que é um menino mexicano que morou nos Estados Unidos e trabalha na França. Me dá muito orgulho estar nesse grupo. Eu sou muito ligada ao propósito do Brasil, toda a minha pesquisa e meu objetivo é ajudar o Brasil”, ressalta Renata.
Além de única brasileira, Renata também é a única pessoa da área da saúde na delegação. Ela é formada em matemática e em ciências moleculares pela USP, e é doutoranda em neurociência teórica pela Universidade de Columbia em Nova York e cientista de dados no Hospital Albert Einstein. Trabalha, desde 2019, em uma iniciativa de apoio ao desenvolvimento institucional do SUS que tem por objetivo construir uma estrutura de inteligência artificial em imagens médicas no SUS.
“É um dos pilares do comitê essa questão da saúde pública, saúde para todos, usar o espaço para promover a saúde das pessoas. Porém, é uma área ainda muito pouco explorada. Todo ano, na resolução final do comitê, parece que eles copiam e colam a resolução e é por isso que estava muito motivada para tentar mudar um pouco isso”, disse Renata.
Jovens
A participação dos jovens nas discussões da Organização das Nações Unidas, para Renata, é fundamental para as ideias sobre o uso pacífico do espaço.
“A população jovem é fundamental em qualquer discussão pela paz porque é muito mais despida de preconceito, de ideias rígidas, que é tudo que a gente não precisa para a paz. As pessoas jovens, por natureza, conseguem sair desse estado mental de ‘as coisas são assim’ e propor soluções criativas, com um brilho no olho que ajuda as pessoas a pensarem fora da caixinha”, comentou.
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