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Brasileiro de 15 anos morre em bombardeio de Israel no Líbano

Embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência aos familiares das vítimas
26/09/2024 | 06h26

(Folhapress) — Um adolescente brasileiro de 15 anos morreu durante bombardeios de Israel no Líbano, disseram autoridades do governo federal nesta quarta-feira (25). Ele estava no vale do Bekaa, a leste da capital, Beirute, uma das regiões atacadas pelas tropas israelenses devido à presença de forças do Hezbollah.

O adolescente atingido foi identificado como Ali Kamal Abdallah. Ele nasceu em Foz de Iguaçu, no Paraná. O pai dele, que não é brasileiro, também teria sido morto na ofensiva. De acordo com as autoridades, que falaram sob a condição de anonimato, a embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência aos familiares das vítimas. As circunstâncias e a data das mortes não estão claras.

Ataques israelenses no Líbano mataram pelo menos 72 pessoas e deixaram outras 223 feridas nesta quarta, segundo dados do Ministério da Saúde libanês compilados pela agência de notícias Reuters.

Governo brasileiro estuda repatriação

Diante da crise, o governo Lula pediu, nesta semana, para a embaixada brasileira no Líbano fazer um levantamento de quantos cidadãos estariam interessados em voltar ao Brasil. A ideia é fazer um estudo logístico para uma possível missão de repatriação. Por ora, porém, a orientação é que os cidadãos saiam de lá por contra própria — o aeroporto de Beirute está aberto.

Os conflitos no Oriente Médio entraram em uma nova fase na semana passada, quando Israel decidiu intensificar as ofensivas contra o Hezbollah no Líbano. Nos últimos dias, as Forças Armadas israelenses começaram a convocar reservistas para um possível ataque terrestre ao grupo extremista.

Há cerca de 21 mil brasileiros no Líbano, segundo o Itamaraty. Como mostrou a Folha de S. Paulo, brasileiros relatam rotina de medo diário após ataques de Israel. As consequências dos conflitos recentes são mais sentidas no sul libanês, e moradores fogem para o norte.

Filippo Grandi ocupa o cargo de alto comissário da ONU para os Refugiados (Foto: UNHCR/ACNUR)

De acordo com o Acnur, a agência para refugiados da ONU, centenas de veículos estão presos em filas na fronteira do Líbano com a Síria. Multidões, incluindo mulheres e crianças, chegam a pé e passam noites ao relento.

“Esse derramamento de sangue está cobrando um preço terrível, forçando dezenas de milhares a abandonarem suas casas”, disse Filippo Grandi, alto comissário da ONU para refugiados.

“É mais uma provação para famílias que já haviam fugido da guerra na Síria e agora enfrentam um bombardeio no país onde buscaram refúgio. Devemos evitar que essas cenas de desespero e destruição se repitam. O Oriente Médio não pode suportar uma nova crise de deslocamento forçado de pessoas.”

Segundo dados das autoridades libanesas mencionadas pelo Acnur, mais de 27 mil pessoas foram deslocadas em 48 horas.

O Hezbollah é aliado do Hamas, a facção terrorista palestina que realizou os atentados do 7 de Outubro contra o sul de Israel. Ambos os grupos são patrocinados pelo regime do Irã, arqui-inimigo de Tel Aviv.

 

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