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Breno Altman, ameaçado por críticas a Israel: ‘Escalada de agressões está em curso’

Fundador do site Opera Mundi foi entrevistado ao vivo na 1ª edição do ICL Notícias e contou mais sobre os episódios de violência.
17/10/2023 | 15h00

Jornalista de origem judaica, Breno Altman tem sofrido ataques sucessivos por manter uma posição crítica ao Estado de Israel. Altman, fundador do site Opera Mundi, foi entrevistado ao vivo na 1ª edição do ICL Notícias e contou mais sobre os episódios de violência, mencionando que “uma escalada de agressões está em curso”.

“Essas ameças são uma constante. É um hábito do sionismo. A ameaça, especialmente, quando alguém discorda, critica as posições do sionismo, e essa pessoa é de origem judaica. Eles consideram isso uma espécie de traição. Então, esse tipo de ataque não é uma raridade, nem uma originalidade, nem um ineditismo.”

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Entretanto, como o próprio jornalista lembra, a novidade foi que a reportagem do Brasil 247 (que revelou as ameaças) conseguiu ter acesso à troca de mensagens, com nome e sobrenome dos envolvidos.

“Aí, se pôde ter prova dessas agressões. Não um “ouvi dizer”, mas provas que atestam muito claramente o linguajar, a maneira como se referem. E até mesmo algum tipo de planificação, de cancelamento, de fake news, de violência… Essa é a história que aconteceu. É uma escalada de agressões que está em curso”, afirmou Altman.

GRUPO SIONISTA PROMOVEU ATAQUE

Como publicou o site Brasil 247, um grupo de WhatsApp chamado “Jew Politics”, formado por 299 integrantes de comunidades sionistas no Brasil, tem trocado mensagens com ameaças de agressões a Altman. As críticas do jornalista são principalmente ao “apartheid”, o “estado colonial de Israel” e o “genocídio” que vem sendo promovido pelo governo de Benjamin Netanyahu contra o povo palestino.

Nas mensagens, obtidas pela reportagem, constam ameaças de agressões e de retaliações, além de insultos ao jornalista. Uma das mensagens mais agressivas foi postada por um homem chamado Patrick Peres.

“Tem que dar um cala boca na porrada, precisa arrancar os dentes da boca desse fdp e cortar os dedos fora para parar de escrever e falar merda”, afirma.

Em outra mensagem, um perfil que se identifica como Ariel Jew Krok compartilha um post do também jornalista Caio Blinder, em que Altman é comparado a um kapo. Os kapos foram judeus que serviram como agentes nazistas nos campos de concentração.

No diálogo, um interlocutor contesta a comparação com os kapos, porque, segundo ele, alguns colaboracionistas do passado, agiriam desta forma para salvar a própria pele, em circunstâncias adversas. Em seguida, uma mulher chamada Vivian afirma que “tem gente trabalhando para calar a boca dele”.

DAR UM PAU NESSE KAPO

Na sequência do diálogo, Fernando Plapler diz que “tinha que dar um pau nesse kapo”.

Os integrantes do grupo também listam os nomes de outros potenciais judeus traidores da causa sionista, mencionando nomes como o jornalista Andrew Fishman, editor do Intercept, e o professor Michel Gherman, estudioso de questões judaicas. Eduardo Finger chega a propor uma campanha contra Gherman.

Ao discutir a campanha negativa contra personalidades que seriam contra as políticas do estado de Israel, os sionistas também apontam outros alvos: o ator Bruno Gagliasso, da Globo, e os jornalistas Guga Noblat (do ICL), Kennedy Alencar, Vera Magalhães e Mônica Bergamo. Além disso, mencionam nomes de personalidades pró-sionismo, como Nizan Guanaes, Milton Neves, Caio Coppola e Pedro Doria, entre outros.

ICL É MENCIONADO

Também são mencionados o próprio o canal ICL Notícias, o UOL, PCO (Partido da Causa Operária) e a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores. Um dos pontos da campanha envolveria a pressão pelo corte de campanhas publicitárias.

Em outro trecho dos diálogos, Renato Rubin propõe uma vaquinha para enviar Altman à Palestina e Gabi Sterenberg diz que ele merecia ser linchado. Vivian, outra integrante do grupo, também afirma que já tem “gente grande” se mexendo contra o editor do Opera Mundi.

Neste domingo, Altman participou de um ato pró-Palestina, na Avenida Paulista, em São Paulo, foi chamado a discursar e disse que “o estado colonial de Israel é inimigo da Humanidade”.

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