O ex-juiz da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, perdeu o direito a carro blindado e segurança pessoal. Bretas está afastado de suas funções desde fevereiro do ano passado por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A decisão sobre a segurança foi tomada pelo vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e corregedor-geral da Justiça Federal, ministro Luis Felipe Salomão.
De acordo com a decisão do ministro do STJ, Marcelo Bretas descumpria orientações de não se expor em público e que o risco de ataque contra o magistrado era baixo. O corregedor avaliou que os benefícios não eram mais necessários, após Bretas postar fotos em lugares públicos, entre eles, o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
A decisão foi embasada num parecer da Polícia Federal, que mencionou idas de Bretas a locais como academias de ginástica, eventos, palestras e cursos.
O CNJ chegou a instaurar processos administrativos disciplinares contra o magistrado para investigar supostas irregularidades na condução de processos da Lava Jato no Rio de Janeiro.
O que diz Bretas
Em seu perfil na rede social “X” (antigo Twitter), Bretas chamou o vazamento da informação de “irresponsável”. “Observo que o vazamento irresponsável dessa informação, que deveria ser sigilosa, é apenas mais uma tentativa de fustigar um juiz que ousou exercer com independência a sua função”, escreveu.
Segundo o ex-juiz, desde 4 de novembro, o TRF-2 já havia decidido que era desnecessário que ele tivesse um carro blindado e seguranças bancados com dinheiro do Judiciário.
Investigações por irregularidades na Lava Jato
Nos processos abertos pelo CNJ, Bretas é investigado por supostas irregularidades na condução de processos comandados por ele no Rio de Janeiro. Ele foi acusado de negociar penas, ter uma atuação “político-partidária” e manter proximidade com políticos.
Uma dos processos foi aberto após reclamação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e cita negociação de penas, orientação de advogados e combinação e estratégias com o Ministério Público (MP). Outra representação, do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), pede seu afastamento por suposto favorecimento a Wilson Witzel, ex-governador e ex-juiz federal.
O terceiro caso é uma reclamação disciplinar instaurada por Salomão a partir de correição extraordinária na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, por de irregularidades na condução de processos da Lava Jato.
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