Por Karla Gamba
A ministra Cármen Lúcia, com apoio da maioria dos integrantes da corte, vetou o convite ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para sua posse na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na noite de ontem.
O discurso de posse da ministra foi recheado de referências indiretas a Bolsonaro. Ao elogiar o papel desempenhado por Alexandre de Moraes, seu antecessor no cargo, ela disse que ele teve “papel determinante, especialmente em 2022, para a realização de eleições seguras, sérias e transparentes, em momento de grande turbação provocada pela ação de antidemocratas”.
Em outro trecho, citou o célebre discurso de Ulysses Guimarães na promulgação da Constituição de 1988, ao dizer que “antidemocratas” usam “violência e ódio” para “garrotear as liberdades”.
A coluna confirmou com assessores de Michel Temer, Dilma Rousseff e José Sarney que eles foram convidados para comparecer à cerimônia. Contudo, nenhum deles esteve presente.
Ao menos dois deles decidiram não comparecer, contrariando a praxe do poder em Brasília, para evitar criar um “climão” para Cármen Lúcia.
Foto daria a Bolsonaro papel de vítima
Na avaliação deles, uma foto da ministra com outros ex-presidentes reforçaria o discurso de vitimização de Bolsonaro frente ao TSE — que o tornou inelegível por 8 anos no ano passado — e o STF (Supremo Tribunal Federal), do qual Cármen faz parte.
Ao contrário do que costuma ocorrer em outras solenidades desse tipo, apenas um círculo restrito de autoridades e servidores do TSE tiveram acesso à lista de convidados para a posse.
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