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Advogados querem reabertura de casos que tinham Rivaldo Barbosa à frente; veja quais

Os advogados pretendem entrar com petições para coleta de depoimentos de testemunhas desconsideradas nas investigações
28/03/2024 | 16h44

Cinco casos da época que Rivaldo Barbosa estava na Delegacia de Homicídios (de 2012 a 2014 na DH; de 2015 ao fim de 2017 na chefia da DH da capital) ou à frente da Polícia Civil (de março a dezembro de 2018) estão na mira de advogados para serem reabertos ou movimentados.

Os advogados pretendem entrar com petições para coleta de depoimentos de testemunhas desconsideradas nas investigações. Em situações específicas, eles planejam alertar que provas podem ter sido perdidas porque não houve rápida ação para a coleta. A informação é do jornal O Globo.

Rivaldo Barbosa foi preso em operação surpresa da Polícia Federal ao lado do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e do conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Domingos Brazão por suspeita de serem os autores intelectuais dos crimes de homicídio contra a vereadora e o motorista Anderson Gomes. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

Além dos casos abaixo, há também o de Eduardo de Jesus, assassinado por um policial militar no Complexo da Alemão há nove anos. Segundo perícia feita pela Polícia Civil, a distância entre o matador e o menino era de cinco metros. Rivaldo, no entanto, alegou que o policial agiu em legítima defesa. Mas o caso de Eduardo já foi reaberto pelo Ministério Público no ano passado.

Veja os casos:

Caso Claudia Ferreira Silva

Justiça

Claudia Ferreira Silva, de 38 anos, foi baleada perto de casa durante uma operação no Morro da Congonha, em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro. Depois, ela foi arrastada por 300 metros por policiais numa viatura.

Em fevereiro deste ano, dez anos após o assassinato, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), absolveu os seis policiais envolvidos no crime — inclusive os dois acusados pela morte de Claudia.

Na ocasião, os policiais disseram que não a colocaram no banco de trás do automóvel porque ele estava cheio de armas, por isso jogaram Claudia no camburão, que abriu com a viatura em movimento.

“No caso da Claudia, há testemunhas que não foram ouvidas pela polícia. Os PMs foram absolvidos com a prova feita. Queremos mostrar que a prova está errada, que tem que fazer outro laudo, ouvir as testemunhas que não foram ouvidas e reabrir o processo”, diz o advogado da família, João Tancredo.

Caso Matheus Ervandré Benedictes

Matheus, de 18 anos, foi morto num trem da Supervia em 2017. Agentes do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPfer) abordaram ele e os amigos por volta das 21h, entre as estações de São Cristóvão e da Central do Brasil.

À Delegacia de Homicídios, o soldado Anderson Santos Lourenço e o sargento Israel Cunha de Oliveira relataram que Matheus entrou em luta corporal com um deles, o soldado, tentando tomar a arma que o policial portava. Durante a briga, um disparo teria atingido o rapaz.

A DH pediu arquivamento, mas o Ministério Público pediu mais diligências. Nos últimos sete anos, não houve mais movimentação do caso.

Caso Maria Eduarda Alves da Conceição

Foto: Reprodução

Maria Eduarda, de 13 anos, foi morta na quadra de esportes da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, em Acari, em março de 2017. A perícia da Polícia Civil confirmou que um dos tiros que atingiu a vítima veio da arma de um dos policiais militares. Em 2023, o julgamento dos dois PMs arrolados no processo ainda não tinha sido feito.

Caso do PM Anderson Marques

Anderson de Azevedo Marques, de 31 anos, soldado da UPP do Complexo do Lins, morreu numa troca de tiros no Morro São João, na zona norte do Rio. A defesa pretende pedir a reabertura do processo após a denúncia e sumiço de peças do inquérito da morte de Marcos Falcon, ex-PM e presidente da Portela.

Caso Marcus Vinícius da Silva

Quando voltava da escola, na Maré, Marcus, de 14 anos, foi atingido por uma bala perdida durante uma operação de forças de segurança da Polícia Civil e do Exército. Quatro anos depois, o inquérito ainda não tinha sido encaminhado à Justiça. Em 2023, a polícia disse que as investigações corriam sob sigilo.

“A investigação do homicídio de Marcos Vinícius da Silva está em andamento na DHC, e é acompanhada pelo MP”, diz a Polícia Civil.

O que diz a Polícia?

“A Polícia Civil ressalta que, logo no início da atual gestão, inclusive, houve uma reunião com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, na qual foram elencados, em comum acordo, homicídios que deveriam ser tratados com atenção especial, uma vez que as investigações apontavam para crimes cometidos por essas organizações criminosas. O trabalho conjunto entre as instituições segue para que os casos sejam completamente elucidados e os envolvidos responsabilizados”, informa a assessoria.

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