O governador Cláudio Castro (PL) exonerou o coronel Aristheu de Góes Lopes, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e o coronel André Luiz de Souza Batista, do Comando de Operações Especiais (COE), e afastou das ruas 12 policiais que participaram da operação no Morro Santo Amaro, na Zona Sul do Rio. A operação deixou um morto e cinco feridos.
As vítimas participavam de uma festa junina quando policiais entraram atirando e causando pânico entre os moradores. Segundo relatos, os agentes entraram na comunidade efetuando disparos em meio ao evento. O jovem Herus Guimarães Mendes, de 23 anos, foi atingido na barriga. Chegou a ser socorrido ao hospital Glória D’Or, mas não resistiu aos ferimentos.
Na manhã de sábado (7), moradores da comunidade realizaram uma manifestação na Rua Pedro Américo, cobrando justiça pelas vítimas e protestando contra a ação policial em meio ao evento comunitário.

Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Castro: imagens de câmeras corporais serão disponibilizadas
Cláudio Castro anunciou as medidas em uma rede social: “Agora pela manhã, em uma reunião com os secretários de estado de Segurança e da Polícia Militar, determinei o afastamento imediato dos responsáveis por autorizar a operação na madrugada de ontem, na comunidade do Santo Amaro, em meio a uma festa popular.”
Castro declarou ainda que as investigações devem ser conduzidas com “extremo rigor e agilidade”, tanto pela Polícia Civil quanto pela Corregedoria Interna da PM. Ele também garantiu, em conversa com o Ministério Público, que todas as imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais envolvidos serão disponibilizadas.
A Polícia Militar informou que a operação foi emergencial, motivada por informações sobre a presença de criminosos armados na região. Segundo a corporação, houve confronto iniciado por suspeitos, sem revide por parte dos agentes. A ocorrência foi registrada na 9ª DP (Catete).
A Polícia Civil, responsável por investigar o caso, afirmou que nenhum dos cinco feridos durante a operação do Bope tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Segundo a corporação, até o momento não houve nenhuma prisão relacionada à investigação, que segue em andamento. As armas dos policiais militares envolvidos na operação foram apreendidas para perícia.
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