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Censura: Justiça impede Intercept de dar notícias sobre a morte de Mãe Bernadete

“Consideramos essa decisão absurda e ilegal. Nossos advogados estão recorrendo neste momento para que nosso direito de informar seja respeitado", informou, em nota, o site The Intercept.
23/09/2023 | 13h00

O juiz de primeira instância George Alves de Assis, do Tribunal de Justiça da Bahia, proferiu ontem decisão que proíbe o site The Intercept Brasil de falar sobre o assassinato de Mãe Bernadete e os possíveis mandantes. Uma reportagem sobre a luta da líder quilombola contra grandes empresários da região onde residia foi tirada do ar.

Mãe Bernadete foi assassinada a tiros no dia 17 de agosto, em seu terreiro, localizado em Simões Filho. Na ocasião, bandidos armados que invadiram o local, amarraram pessoas e executaram a ialorixá.

Nos últimos seis anos, além de lutar contra a especulação imobiliária no quilombo Pitanga dos Palmares, ela também a identificação e condenação dos responsáveis pelo assassinato de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico, de 36 anos, mais conhecido como Binho do Quilombo. Ele foi morto a tiros por defender seu território.

O The Intercept classificou a decisão da Justiça como censura.

Pela decisão do juiz, o veículo não pode mais falar sobre o assunto e foi obrigado a retirar do ar a reportagem que detalhava a luta de Mãe Bernadete no quilombo Pitanga dos Palmares.

“O Intercept Brasil discorda veementemente da decisão e está recorrendo. A determinação viola a Constituição brasileira e a liberdade de imprensa vigente no país“, diz nota do The Intercept. “Somos uma redação sem fins lucrativos, financiada pelos leitores, nós precisamos que a nossa comunidade se una e nos ajude a derrotar mais esta tentativa de intimidação”.

Em outro trecho, reclama que “de acordo com a nova decisão de George Alves de Assis”, não podem falar nada a respeito do caso e nem mesmo se referir ao autor da ação judicia.

“Consideramos essa decisão absurda e ilegal. Nossos advogados estão recorrendo neste momento para que nosso direito de informar seja respeitado. E estamos lutando também pelo seu direito à informação. Essa é uma luta que envolve todos nós”.

 

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