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Cláudio Castro nega visita técnica do MinC ao antigo centro de tortura do Dops

Chefe de gabinete de Castro comunicou ao MinC que a negativa era uma “decisão política do governador”
26/02/2025 | 11h54
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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), negou um pedido do Ministério da Cultura (MinC) para realizar uma visita técnica ao prédio do antigo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), na Lapa. O local foi um dos principais centros de repressão e tortura durante a ditadura militar.

O chefe de gabinete de Cláudio Castro, Rodrigo Abel, comunicou ao MinC que a negativa era uma “decisão política do governador”. A visita foi solicitada pelo MinC ao delegado que toma conta do espaço e ocorreria nesta quarta-feira (26).

A visita do Ministério da Cultura tinha o objetivo de verificar as condições do local para avaliar a implementação de um centro de memória. O prédio pertence à União. Segundo informações da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, o pedido será analisado, novamente, depois do Carnaval.

“A visita a um prédio público em meio a semana de Carnaval está com cara de quem quer usar passagens e diárias do governo federal pra curtir o feriado”, disse o chefe de gabinete de Castro, Rodrigo Abel, ao jornal “O Globo”.

Prédio do Dops no RJ

A proposta de transformação do antigo Dops em um espaço de preservação da memória política do povo brasileiro é uma reivindicação do Coletivo RJ Memória Verdade Justiça e Reparação, que está sendo estudada pelo MinC. O grupo é uma organização da sociedade civil que reúne entidades constituídas por ex-presos políticos, parentes de mortos e desaparecidos e militantes de direitos humanos.

Chefe de gabinete de Castro comunicou ao MinC que a negativa era uma “decisão política do governador”. (Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil)

O coletivo, no início do último ano, destacou que o abandono do prédio tem provocado “a perda de elementos do testemunho histórico sobre o período da ditadura militar, existindo risco iminente de perda total de elementos que ainda não foram objeto de estudo adequado de arqueologia forense especializada”.

Logo que foi criado, o local abrigava a Central da Polícia Civil do Distrito Federal, quando o Rio de Janeiro ainda era capital do país. Ficaram detidos no prédio sambistas e outros grupos perseguidos na época. Durante o governo de Getúlio Vargas, ficaram presos Olga Benário e Luís Carlos Prestes, enquanto na ditadura presos políticos ocuparam a carceragem.

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