A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) se posicionou contra a portaria editada na quarta-feira (31) pelo Ministério da Educação que determina o reajuste do piso salarial dos professores em 3,62%. A entidade argumenta que o objeto da portaria é ilegal, e os prefeitos devem aplicar reajustes compatíveis com os respectivos orçamentos. A informação é do site Congresso Em Foco.
O governo anunciou na quarta-feira o aumento do valor do piso salarial do magistério, que passou de R$ 4.420,55 para R$ 4.580,57. O reajuste foi estabelecido com base em uma lei de 2008, cuja vigência é contestada pela CNM. “Existe um vácuo legal para o reajuste do piso nacional do magistério, sendo ilegal a sua definição por meio de Portaria”, argumentou a confederação em nota.
Não é a primeira vez que a CNM orienta prefeitos a não acatar integralmente a determinação pelo reajuste. Em 2023, o governo implementou um aumento de 15% no piso salarial dos professores, medida que também provocou a resistência da confederação. Muitos municípios seguiram a orientação.
No entendimento da confederação, a lei utilizada pelo governo como base legal para o estabelecimento dos reajustes no piso dos professores perdeu validade em 2020, quando foi estabelecida a criação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Além disso, os prefeitos alegam que os reajustes ao fundo não acompanharam o ritmo dos reajustes salariais.
Relacionados
A falência da profissão de professor
Desvalorização salarial, condições precárias e falta de reconhecimento social afastam docentes das salas de aula
Mãe relata racismo após aluna negra ser chamada de ‘presidiária’ pela professora
Docente puxou coro na aula questionando se adolescente de 14 anos parecia ou não com uma detenta por calçar chinelos
Novas promessas para os professores: será que agora vai?
Novo programa do governo federal tenta conter a sangria na profissão docente, mas parece tropeçar onde mais importa