A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou nesta quarta-feira (15) que o arroz que chegará importado aos consumidores brasileiros terá preço máximo de R$ 4 o quilo.
Segundo a Conab, o primeiro leilão está marcado para a próxima terça-feira (21). Nele, serão adquiridas até 104 mil toneladas da safra 2023/2024. O objetivo é enfrentar as consequências da quebra da safra do Rio Grande do Sul devido à tragédia climática — o estado produz 70% do cereal consumido no Brasil.
“O arroz que vamos comprar terá uma embalagem especial do governo federal e vai constar o preço que deve ser vendido ao consumidor. O preço máximo ao consumidor será de R$ 4 o quilo”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
As 104 mil toneladas serão destinadas à venda para pequenos varejistas e equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional das regiões metropolitanas dos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, Ceará.
No dia 10 de maio, o governo federal publicou Medida Provisória (MP) autorizando a importação, em caráter excepcional, de até 1 milhão de toneladas de arroz.

Alagamentos afetaram a produção no Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal no Brasil. Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Conab: diretrizes
As diretrizes de importação e venda foram definidas em portaria do Ministério do Desenvolvimento Agrário e publicadas em edição extra do Diário Oficial da União nesta terça-feira (14).
A portaria prevê que o preço do arroz importado deve ser compatível com os valores do arroz plantado no Brasil. Isso será possível porque o governo federal já reservou R$ 100 milhões para a chamada “equalização dos preços”, que serão usados, se necessário, para oferecer deságio.
Os recursos para a equalização de preços vêm do fundo de R$ 12 bilhões, criado no início do mês, para atender ao Rio Grande do Sul.
Arroz
O Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de arroz, sendo que entre 7 e 8 milhões vêm de produtores gaúchos. O consumo interno anual, de 12 milhões de toneladas, supera a produção nacional, e o país já costuma importar o grão todos os anos.
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