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O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) fará viagens a mais quatro estados do Sudeste e do Sul para investigar a alta de grupos neonazistas no país. O órgão é vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Representantes do órgão irão ao Rio de Janeiro, entre os dias 28 e 31 de maio e têm missões territoriais previstas no Rio Grande do Sul, no Paraná e em São Paulo.

No começo deste mês, uma comitiva visitou Santa Catarina, onde fez oitivas com possíveis vítimas, autoridades e especialistas nas cidades de Blumenau e Florianópolis.

O CNDH diz que existe um “alarmante cenário de crescimento” desses grupos, “com aumento do discurso de ódio, especialmente direcionado às mulheres, à população negra e à população LGBTQIAP+”.

Conselho

A relatoria do CNDH surgiu a partir de uma representação enviada pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa) pedindo a abertura de uma investigação sobre o aumento de atividades e células neonazistas no Brasil.

As missões se baseiam em um levantamento da antropóloga e especialista no tema Adriana Dias, que revela um aumento de 64% de grupos com caráter neonazista no Rio entre 2017 e 2021, por exemplo, com 34 atividades do tipo no estado. Adriana morreu no ano passado.

Um relatório final será elaborado pelo conselheiro Carlos Nicodemos, do Movimento Nacional de Direitos Humanos, e pelo representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no CNDH, Hélio Leitão. O conselho, presidido por Marina Dermmam, pediu anuência para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que fará sessões no Brasil em junho.

O conselho também acionou a ONU (Organização das Nações Unidas) para tentar incluir a situação do Brasil em um relatório sobre formas contemporâneas de racismo, que está sendo elaborado pelo órgão internacional.

Alerta

Um alerta para o crescimento de grupos neonazistas no Brasil foi enviado à Organização das Nações Unidas pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos.

O documento reúne informações de levantamentos feitos por pesquisadores da área, como a falecida antropóloga Adriana Dias, uma das referências no estudo das células nazistas no país. O monitoramento encontrou, no início de 2022, mais de 530 grupos extremistas, espalhados em todas as regiões brasileiras.

A expectativa é que o relatório contribua com as discussões da reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, no meio do ano.

O professor de História Contemporânea da Universidade Federal de Santa Catarina, Adriano Luiz Duarte, explica que o nazismo e o fascismo nunca desapareceram depois da Segunda Guerra Mundial.

As crises econômicas nos últimos 40 anos, mudanças impostas pelo neoliberalismo e a precariedade na proteção social e no trabalho, estimularam os neonazistas.

Para combater o avanço dessa ideologia neonazista, o professor Adriano acredita é preciso retomar o sentido de uma sociedade democrática.

Uma comitiva do Conselho Nacional de Direitos Humanos chegou, nesta quarta-feira (10), a Santa Catarina, para investigar células neonazistas. O estado é um dos que mais gera preocupações em relação a

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