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As contas públicas no Brasil registraram superávit em termos nominais, permitindo ao governo federal elevar seus gastos, algo importante para quem se encontra no poder em um ano eleitoral. E vale ressaltar que, mesmo com o quadro fiscal positivo, a inflação continua em maior nível no Brasil.

Em março de 2022, as contas públicas do país um superávit primário de R$ 4,3 bilhões. O superávit primário acontece quando as receitas com impostos superam as despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit primário.

Os R$ 4,3 bilhões ficaram abaixo do valor registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 5 bilhões. O resultado foi consequência de um déficit primário de R$ 7,8 bilhões do governo central, enquanto os estados apresentaram superávit de R$ 11,9 bilhões e os municípios de R$ 242 milhões, conforme dados do Banco Central divulgados na segunda-feira (16).

No acumulado em 12 meses, o Brasil alcançou R$ 122 bilhões de superávit primário e déficit de R$ 281 bilhões no resultado nominal, equivalente a 1,37% do PIB e de (-) 3,15% do PIB, respectivamente. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.

Contas públicas: inflação aumenta a arrecadação ao mesmo tempo em que reduz o valor real do PIB

“O resultado positivo em março passado deve-se ao superávit obtido nos governos estaduais e municipais, uma vez que o governo central opera no momento em déficit, mesmo com um resultado positivo do governo federal. Ainda assim, o quadro fiscal continua sólido, o que não se reverteu em menos inflação e maior nível de atividade econômica”, explica o economista do ICL André Campedelli no boletim diário Economia para Todos Investidor Mestre.

A dívida líquida do setor público voltou a subir no mês de março e atingiu 58,2% do PIB. Novamente o maior responsável pelo aumento foi o Banco Central, que teve redução em seu superávit, saindo de 2,8% do PIB para agora 1,3% do PIB.

Enquanto isso, a dívida do governo federal se manteve constante, em 49,9% do PIB, a dos governos estaduais teve leve queda de 0,3 pontos percentuais, chegando a 8,4%, e os governos municipais tiveram queda de 0,1 ponto percentual no mês de março e atingiram 0,6% do PIB. As empresas estatais mantiveram seu nível de dívida, ainda em 0,5% do PIB.

A dívida pública bruta vem declinando desde meados do ano anterior, resultado da elevação inflacionária, que aumenta a arrecadação ao mesmo tempo em que reduz o valor real do PIB. A dívida pública está estimada em R$ 7 trilhões, ou o correspondente a 78,5% do PIB.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias e do boletim diário “Economia para Todos”

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