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Frente à disparada da inflação na Europa, BCE eleva taxa de juros pela 1ª vez desde 2011

Alta da taxa de juros ocorre em meio ao contexto de inflação ascendente na Europa, intensificada pela guerra na Ucrânia
21/07/2022 | 11h35

Banco Central Europeu (BCE) elevou, nesta quinta-feira (21), em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros da zona do euro, pela primeira vez desde 2011. A alta na taxa de juros é uma tentativa de reverter a trajetória de inflação no continente, onde os preços ao consumidor acumularam aumento de 8,6% anual no período encerrado em junho, um recorde para a zona do euro e acima da meta anual de 2% do BCE.

O banco destacou que “considerou apropriado dar um primeiro passo maior na sua trajetória de normalização das taxas de política do que o sinalizado na sua reunião anterior. Essa decisão baseia-se na avaliação atualizada dos riscos de inflação pelo Conselho do BCE”, destacou o banco.

Também em tentativa de amortecer o impacto do aumento dos custos de empréstimo, o BCE revelou ainda uma nova ferramenta, o Instrumento de Proteção de Transmissão (TPI). Isto permitirá que o banco compre títulos quando vir sinais de fragmentação financeira – uma divergência injustificada nos custos de empréstimo entre os 19 países da zona do euro.

A taxa de depósito do banco europeu tem sido negativa nos últimos oito anos e estava em -0,5%. Essa taxa, que significa que os bancos pagam para deixar seu dinheiro no BCE, foi projetada para estimular os empréstimos e a atividade econômica, mas ao mesmo tempo estimula a inflação.

Com a decisão da alta dos juros, a taxa de depósito passou de 0% ante -0,5%; a taxa de refinanciamento saiu de 0% para 0,5%, enquanto a de empréstimo subiu de 0,25% para 0,75%.

Alta de juros do BCE pode continuar para que meta da inflação seja cumprida

O BCE ressaltou que a trajetória da política monetária continuará a depender da divulgação dos dados e que ela tem como meta cumprir o objetivo do banco, que é ter uma inflação de 2% a médio prazo.

A alta da taxa de juros ocorre em meio ao contexto de inflação alta na Europa, intensificada pela guerra na Ucrânia. Devido à desaceleração econômica na região, pela primeira vez em 20 anos, o euro atingiu paridade com o dólar, chegando a ficar, inclusive, abaixo da moeda americana. A demora do BCE em iniciar a alta de juros foi malvista pelo mercado, o que contribuiu para a desvalorização da moeda europeia.

Em junho, a inflação da região, formada por 19 países, atingiu o maior valor da história, com um acumulado de 12 meses de 8,6%, ao acelerar de 8,1% em maio . Desse total, quase metade está ligada a preços recordes de energia.

Após o anúncio do reajuste para cima da taxa de juros, o euro e o mercado de títulos públicos europeus operavam com altas.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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