O Brasil foi premiado hoje, na COP28, em Dubai, com o ‘Fóssil do Dia’. A premiação ocorre após a decisão de aderir à Opep+ como membro associado. A Climate Action Network (CAN), uma rede global de ONGs, entregou o antiprêmio ao governo brasileiro, destacando a contradição entre a busca por liderança ambiental e a adesão ao cartel do petróleo. Em 2021, o governo de Jair Bolsonaro já havia recebido o prêmio por prejudicar o clima na COP de Glasgow.
A adesão à Opep+, embora ao grupo de associados e não de decisores, gerou críticas de entidades como Greenpeace e WWF, irritando também os membros do Itamaraty e do Ministério do Meio Ambiente.
A decisão de aderir à Opep+, divulgada junto à tentativa brasileira de se apresentar como líder nas questões ambientais na conferência internacional, não é vista com bons olhos pela CAN.
De acordo com a ONU e o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), com o corte de investimentos em combustíveis fósseis será impossível conseguir impedir que a temperatura do planeta supere a marca de 1,5 ºC.
Em comunicado emitido pela rede global, a CAN ironizou a escolha, mencionando planos de leiloar blocos de petróleo em dezembro, sugerindo uma falta de comprometimento efetivo com a agenda climática por parte do governo brasileiro.
“De acordo com essa lógica distorcida, eles devem estar pensando: em troca de um centavo, em troca de uma libra, pois têm planos de leiloar 603 novos blocos de petróleo em 13 de dezembro, apenas um dia após o término da COP28. Isso não pode ser apenas uma coincidência, certo?”
EXPECTATIVAS FRUSTRADAS
O presidente Lula, que enfatizou a redução do desmatamento durante conferência em Dubai, enfrentou críticas por comprometer a liderança climática ao entrar na Opep+.
“Brasil, não queremos um tour pelos campos de petróleo quando estivermos em Belém em 2025. E, se você quiser apenas entrar em um clube para participar, sugerimos que siga seu vizinho, a Colômbia, e se inscreva no Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis em vez da Opec+”, criticou CAN.
A premiação serviu como um recado para o Brasil rever seu posicionamento visando a COP30, que pretende discutir novas metas redução de emissões apresentadas a todos os países.
Além disso, o anúncio dos países exportadores de petróleo, trouxe a desconfiança quanto a tentativa de impedir de o Brasil se apresentar como um líder dos países emergentes na agenda ambiental.
Lula admitiu que o país entraria para o bloco e mencionou a necessidade de “descarbonizar o planeta”, além de fazer criticas a lentidão do processo de redução da dependência ao petróleo.
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