A Arquidiocese de São Paulo se manifestou, por meio de nota, e disse acompanhar “com perplexidade” a possível instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que mira o trabalho do padre Julio Lancellotti, na Câmara de Vereadores de São Paulo.
A CPI das ONGs, como está sendo intitulada, foi protocolada pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). A proposta de criação da comissão necessitava de 25 assinaturas, que Nunes finalmente conseguiu reunir. Agora, após o recesso parlamentar, em fevereiro, a CPI deve ser instalada.
“Acompanhamos com perplexidade as recentes notícias veiculadas pela imprensa sobre a possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que coloca em dúvida a conduta do Padre Júlio Lancellotti no serviço pastoral à população em situação de rua. Perguntamo-nos por quais motivos se pretende promover uma CPI contra um sacerdote que trabalha com os pobres, justamente no início de um ano eleitoral?”, questiona a Arquidiocese de São Paulo.
A Arquidiocese manifesta, ainda, total apoio ao trabalho realizado por Padre Julio Lancellotti junto aos mais pobres e às pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo.
‘Protejam o Padre Julio Lancellotti’
A instalação da CPI gerou uma onda de apoio ao Padre Julio. Uma imagem do padre com a frase “protejam o Padre Julio” começou a ser compartilhada. Diversas figuras públicas se manisfestaram defesa ao trabalho realizado pelo padre com a população em situação de rua na capital paulista.
A repercussão da CPI nas redes sociais foi favorável ao Padre Julio Lancellotti. Segundo levantamento do analista de redes Pedro Barciela, que é colunista do ICL Notícias, a plataforma X (antigo Twitter) registrou ontem 273,9 menções ao Padre Julio. Destas, 97,5% foram positivas e apenas 2,5% negativas.
Em entrevista ao ICL Notícias- Segunda edição, na última quarta-feira (03), Padre Julio se manifestou sobre a criação da CPI. “Quando você está do lado dos indesejáveis, você é indesejável também”, disse.
Veja a íntegra da nota da Arquidiocese de São Paulo:
Acompanhamos com perplexidade as recentes notícias veiculadas pela imprensa sobre a possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que coloca em dúvida a conduta do Padre Júlio Lancellotti no serviço pastoral à população em situação de rua. Perguntamo-nos por quais motivos se pretende promover uma CPI contra um sacerdote que trabalha com os pobres, justamente no início de um ano eleitoral?
Padre Júlio não é parlamentar. Ele é o Vigário Episcopal da Arquidiocese de São Paulo “para o Povo da Rua” e exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade.
Reiteramos a importância do trabalho da Igreja junto aos mais pobres da sociedade.
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