A África na avenida, nas passarelas do samba ainda é tema de questionamento, demonizações e preconceito. Seja no Rio de Janeiro ou em São Paulo as escolas que escolheram representar a cultura e espiritualidade africanas e afro-brasileira no samba-enredo passaram por uma série de ataques e ofensas.
Em um país como o Brasil, que ainda vive sob a glorificação do passado colonial e a desumanização, intolerância religiosa e racismo atuam de forma explícita.
Pois a intolerância religiosa e o racismo são herdeiros dos processos de colonização, protagonizam o acirramento das violências simbólicas que naturalizam as diferenças culturais, religiosas, espirituais e fenotípicas.

Paraíso do Tuiuti. (Foto: Alex Ferro/ Riotur)
Um brevíssimo panorama sobre as Histórias da formação social do Brasil nos permite enxergar que a intolerância e o racismo ainda são os maiores desafios para a construção da coexistência pacífica, tolerância, respeito e equidade em várias partes do mundo e promoção da equidade.
Um desafio que vem se arrastando ao longo dos séculos e se infiltrando na sociedade. Ainda que a intolerância e o racismo estejam conectados, por serem frutos do projeto colonial, essas violências nem sempre vão operar juntas sobre a sociedade brasileira.
Ambas as violências coloniais forjaram relações e hierarquias sociais, culturais, religiosas e espirituais com base na superioridade construída e fortalecida durante o estabelecimento da colonialidade europeia sobre o continente americano e a ampliação das relações com o continente africano.
Relações de poder que vão classificar e qualificar o que é e o que não é pautável para estar e desfiliar nas avenidas do samba.
Assim, de um lado assistimos um ato de promoção das histórias e das culturas africanas e afro-brasileiras nas passarelas do samba e do outro lado uma tentativa de silenciamento e marginalização das nossas lutas e resistências.
Relacionados
Estudantes e professores de escola particular fazem ato contra racismo em bairro nobre de SP
Estudantes denunciam que foram vítimas em shopping do bairro nobre da capital paulista
Ogunhê, meu pai! Salve São Jorge
As pessoas que creem vão louvar Ogum e São Jorge apegando-se à fé e a devoção
Estudante de Medicina faz publicações ofensivas contra acreanos e MP investiga
Assúria Nascimento de Mesquita disse estar profundamente arrependida e que é grata por ter nascido no Acre