Daniel Alves vai passar o fim de semana na prisão. Pelo segundo dia consecutivo, o ex-jogador não efetuou o pagamento da fiança de 1 milhão de euro — cerca de R$ 5,4 milhões — exigido pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha para responder em liberdade pelo crime de estupro.
Para que Daniel Alves pudesse deixar o presídio, era preciso que o ex-jogador efetuasse o pagamento da fiança até as 15h da Espanha — 11h de Brasília — desta sexta-feira (22).
Ontem (21), o ex-lateral direito também não fez a transferência para o banco que administra a conta do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
Sem ajuda
Nas redes sociais, Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar, afirmou que não contribuirá com o pagamento de fiança de Daniel Alves.
“Como é do conhecimento de todos, em um primeiro momento, ajudei Dani Alves, sem nenhum vínculo com qualquer processo. Neste segundo momento, em uma situação diferente da anterior, em que a justiça espanhola já decidiu pela condenação, estão especulando e tentando associar o meu nome e do meu filho a um assunto que hoje não nos compete mais”, afirmou.
Condenação
Condenado em fevereiro a quatro anos e meio de prisão pelo estupro de uma mulher albanesa de 23 anos, Daniel Alves conseguiu na Justiça o direito de aguardar em sua mansão em Barcelona o fim da fase de recursos, após o pagamento da quantia.
Caso a defesa pague a fiança solicitada, os passaportes serão recolhidos pela Justiça — além de ser brasileiro, Daniel Alves também tem nacionalidade espanhola.
Daniel Alves: patrimônio estimado em R$ 298 milhões
Considerado pelo Barcelona FC como o melhor lateral direito da história da equipe — o clube chegou a retirá-lo de sua lista oficial de lendas, mas depois voltou atrás –, Daniel Alves tem um patrimônio estimado em R$ 298 milhões (55 milhões de euros), segundo o jornal catalão Marca.
A sentença, publicada pelo portal G1, determinou que, caso pague a fiança e deixe a prisão, o ex-jogador:
“É obrigado a manter uma distância de pelo menos 1 quilômetro da residência da vítima, de seu local de trabalho ou de qualquer outro lugar frequentado por ela — a jovem é de Barcelona e também vive na capital catalã; Também não pode tentar se comunicar com a denunciante através de nenhum meio; Não pode deixar a Espanha; Deve comparecer semanalmente ao Tribunal de Barcelona ou quantas vezes lhe for solicitado”, diz a decisão judicial.
Daniel Alves em sua apresentação no Barcelona: ex-jogador vai aguardar decisão final da Justiça em sua mansão na cidade catalã (Foto: Miguel Ruiz/FC Barcelona)
Na condenação por estupro, em fevereiro, a Justiça havia determinado prisão sem fiança para Daniel Alves. Já na sentença desta quarta, dois dos três juízes da Audiência de Barcelona entenderam que não há mais risco de fuga nem de repetição do crime, como alegou a defesa, e, por isso, aceitaram conceder a liberdade provisória.
Essa liberdade, no entanto, não terá qualquer relação com o julgamento do recurso à sentença original que ainda está em curso, disseram os juízes.
“A função da prisão provisória não pode, em caso algum, ser a de antecipar os efeitos de uma sentença hipotética que poderia ser imposta ao acusado ou ao promover a investigação do crime ou obter provas ou declarações”, disse a sentença.
Alves manteve mansão em Barcelona
A advogada de Alves, Inés Guardiola, evitou responder na quarta se pagaria a fiança e como ela seria paga. Ela foi visitá-lo no presídio de Brians 2, parte de um complexo prisional a 40 quilômetros de Barcelona, onde ele está preso.
Alves também tem uma casa na cidade, comprada quando jogava pelo Barcelona, entre 2008 e 2016 — ele voltou a fazer parte do clube por um ano, entre 2021 e 2022, quando foi dispensado antes do fim de seu contrato. Sua esposa, a modelo espanhola Joana Sanz, vive atualmente na mansão, segundo a imprensa do país.
A mãe de Daniel Alves, Maria Lucia Alves, celebrou a sentença nas redes sociais e disse que “a vitória chegou”. Ela também é alvo de um processo que corre na Justiça espanhola por ter divulgado imagens da vítima comemorando seu aniversário — desde o início do caso, a juíza responsável proibiu que a divulgação da identidade da vítima.
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