Na última quinta-feira (09), o Sinapse ICL recebeu o escritor, professor, ator e ativista indígena Daniel Munduruku, originário do povo Munduruku. Durante a entrevista, Daniel destacou as causas para o extermínio da população indigena no Brasil.
Daniel Munduruku ressalta a manutenção das mesmas causas para o assassinato de indigenas “desde 1500”. O ativista também destaca a recente morte de um indigena, após denunciar o ataque ao seu território na ONU.
“As causas disso tudo são as mesmas de sempre, desde 1500. É a teimosia nossa de não entregar o nosso território para as pessoas que querem explorá-lo. É a teimosia que leva a gente a resistir, a existir. Recentemente, inclusive, teve mais um indigena assassinado, alguém que denunciou na ONU a pilhagem do seu território e foi assassinado e, provavelmente, não vai ter solução nenhuma”, comentou.
Também na última quinta-feira (09), o Ministério Público Federal (MPF), recomendou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que, em um prazo sugerido de 60 dias, analise o processo de demarcação da Terra Indígena (TI) Sawré Muybu, localizada em Itaituba (PA). O povo Munduruku, do qual Daniel é originário, aguarda a quase 20 anos pela demarcação de seu território.
Em seu território, o povo Munduruku convive com um porto da companhia Cargill, que dificulta o acesso dos indigenas a fontes de alimento contaminado nas águas do Rio Tapajós e afluentes.
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