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Decisão do Copom mostra independência de Galípolo, possível substituto de Campos Neto

Em comentário discreto sobre a decisão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil vai seguir crescendo e que o governo vai superar “qualquer que seja” a decisão do Banco Central sobre juros.
20/06/2024 | 12h14

A decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), de interromper o ciclo de cortes da taxa Selic, mostra a independência de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC indicado pelo governo Lula, dentro do comitê.

Ontem (19), os nove membros do colegiado decidiram manter a taxa básica de juros no patamar atual, de 10,50% ao ano, interrompendo o ciclo de cortes iniciado em agosto do ano passado, quando a Selic estava em 13,75% ao ano.

O nome de Galípolo é cotado para substituir Roberto Campos Neto na presidência da autoridade monetária. O mandato de Campos Neto termina em 31 de dezembro deste ano.

A unanimidade do Copom deve acalmar os mercados nesta quinta-feira. A decisão de manter a Selic já era esperada, mas havia uma apreensão sobre como votariam os diretores, dado o racha da reunião passada, em que os cinco diretores indicados no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo Campos Neto, defenderam um corte de 0,25 ponto percentual – o placar vencedor – e os quatro indicados no atual governo defenderam redução de 0,50 p.p.

O placar de ontem mostra, na avaliação do mercado, sinal de independência de Galípolo, mesmo após as críticas do presidente Lula feitas durante entrevista na última terça-feira (18), à Rádio CBN, à atuação de Campos Neto à frente do BC e ao patamar da taxa Selic.

Ou seja, Galípolo mostra que tem postura independente do governo, assim como os demais membros do BC indicados pelo governo Lula.

A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. A taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações.

As próximas reuniões do Copom acontecem em 30 e 31 de julho; 17 e 18 de setembro; 5 e 6 de novembro; e 10 e 11 de dezembro.

Copom: Haddad diz que país vai continuar crescendo, e que o governo vai superar “qualquer que seja” a decisão sobre juros

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não comentou oficialmente ontem a decisão do Copom. Ele disse que faria comentários nesse sentido quando a ata da reunião for divulgada na próxima terça-feira (25).

No entanto, durante participação em evento no Rio de Janeiro após a decisão do Copom, ele afirmou que a economia brasileira está no rumo certo, vai seguir crescendo e que o governo vai superar “qualquer que seja” a decisão do Banco Central sobre juros

“Tenho confiança nas pessoas indicadas [para o BC]. Vamos seguir um rumo forte da economia”, disse ele a jornalistas, após receber o prêmio “Faz Diferença”, do jornal O Globo, no Rio de Janeiro.

“A economia vai crescer, gerar emprego e estamos no caminho certo“, acrescentou.

Questionado sobre se os juros poderiam ser um obstáculo para o desempenho da economia, Haddad disse que “qualquer que seja [a decisão de política monetária], vamos superar”.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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