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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

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Advogado de Ramagem minimiza provas contra ele; veja o que a PF descobriu

Defesa diz que investigação só descobriu três documentos contra o deputado federal, que chefiou Abin
25/03/2025 | 11h47

Por Igor Mello

O advogado do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) afirmou em sua sustentação oral no Supremo Tribunal Federal que tudo que a Polícia Federal (PF) conseguiu contra seu cliente foram três documentos que o ligariam a ataques contra a urna eletrônica. “Esses três arquivos de texto não trazem algo novo, algo inédito, algo criativo”, afirmou o advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto. A Primeira Turma discute nesta terça-feira (25) a admissibilidade da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, Ramagem e outros seis denunciados por participação na trama golpista.

A PF imputa ao deputado participação na ação inicial do plano golpista. Segundo os investigadores, o então diretor da Abin orientou o ex-presidente Jair Bolsonaro para que ele intensificasse os ataques contra a urna eletrônica.

“Por tudo que tenho pesquisado, mantenho total certeza de que houve fraude nas eleições de 2018, com vitória do Sr. no primeiro turno”, disse Ramagem a Bolsonaro em documento apreendido pela PF.

Ramagem ordenou investigação sobre empresa que fabricou urnas

Em outro documento, Ramagem sugere a criação de um grupo para “aprofundamento da urna eletrônica” e diz estar atuando em conjunto com o major Angelo Denicoli, um dos responsáveis por difundir teses falsas sobre a suposta fraude nas urnas eletrônicas.

A PF também obteve mensagens trocadas entre dois servidores da Abin, nas quais os dois tratam de uma ordem direta de Ramagem para que fosse investigada a possível interferência na eleição por parte da empresa Positivo, contratada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para o fornecimento das urnas.

A PF encontrou um documento elaborado por Ramagem com informações falsas sobre os ministros Luiz Fux e Luis Roberto Barroso, com base em informações colhidas por dois membros da Abin Paralela, o policial federal Marcelo Bomervet e o subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues.

Os dois membros da Abin Paralela também atuavam alimentando perfis bolsonaristas nas redes sociais com as narrativas falsas que deveriam ser propagadas.

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