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Delator aponta Romário e Marcos Braz em esquema de corrupção, diz site

STF abriu no início deste mês um inquérito para investigar o caso
27/05/2024 | 14h12

O senador Romário (PL-RJ) e o vereador carioca e vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz (PL), estão sendo investigados pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal por envolvimento em suposto esquema de desvio de dinheiro de projetos de esportes da Prefeitura do Rio de Janeiro. As acusações contra eles partiram de uma delação premiada.

O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu no início deste mês um inquérito para investigar o caso, que tem indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A relatoria é do ministro Kassio Nunes Marques. A informação foi revelada inicialmente pelo jornalista Ruben Berta, do site UOL.

As investigações se baseiam na delação do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que chegou a ser preso em 2019, acusado de participar do desvio de recursos de projetos sociais do governo e da Prefeitura do Rio.

Segundo a delação, o vereador Marcos Braz era o responsável pelo recolhimento de valores desviados no esquema que envolveu uma ONG para “favorecimento ilícito de Romário”.

O esquema teria ocorrido na época em que Braz comandava a Secretaria Municipal de Esportes do Rio, entre janeiro de 2015 e março de 2016, sob indicação do senador Romário.

O Ministério Público Federal pediu informações à Prefeitura do Rio sobre contratos assinados por Braz com o Cebrac (Centro Brasileiro de Ações Sociais para Cidadania), no valor total de R$ 13 milhões, para a gestão de vilas olímpicas. A ONG seria a fonte dos recursos desviados, a partir do pagamento de valores superiores aos serviços efetivamente prestados.

Segundo informou o UOL, dois contratos, no total de R$ 13 milhões, foram assinados com a ONG Cebrac durante a gestão de Marcos Braz na secretaria. De acordo com o delator Marcus Vinícius, houve direcionamento no processo que selecionou a entidade.

O primeiro contrato, de R$ 4,5 milhões, foi assinado em julho de 2015 para a gestão da Vila Olímpica do Greip (Grêmio Recreativo e Esportivo dos Industriários da Penha), na zona norte carioca.

Neste contrato, o Tribunal de Contas do Município (TCM) questionou o aumento do valor pago pelo serviço de gestão do espaço em relação aos anos anteriores. Em 2014, o valor mensal foi de R$ 127,5 mil. Em 2015, com o contrato assinado por Braz, o valor passou para R$ 188,6 mil.

O segundo, de R$ 8,5 milhões, assinado em novembro de 2015, foi para a administração da Vila Olímpica Nilton Santos, no bairro da Ilha do Governador, na zona norte. O TCM abriu processo de análise em 2018, mas até agora não houve nenhuma decisão.

Esquema teria ocorrido na época em que Braz comandava a Secretaria Municipal de Esportes do Rio, entre janeiro de 2015 e março de 2016, sob indicação do senador Romário. Foto: Reprodução/ Redes Sociais

ONG

A ONG Cebrac, citada por Marcus Vinícius no anexo da delação que envolve Romário e Marcos Braz, tinha relação com o empresário.

Apesar de estar no nome do assistente social André Elias dos Santos, o Cebrac foi mencionado por Marcus Vinícius em mensagens de 2016 captadas em seu celular pelo MP do RJ. Na ocasião, o delator afirmou que o Cebrac era “nosso”.

De acordo com o UOL, foram localizados pagamentos de mais de R$ 40 mil mensais do Cebrac para a empresa Alfa Mix Serviços e Comércio por serviços de vigilância, limpeza e manutenção para a Vila Olímpica do Greip. Já extinta, a firma pertencia ao delator Marcus Vinícius.

Também foi mencionado pelo delator o ex-assessor parlamentar de Romário e atualmente com cargo na vice-governadoria do RJ, Marcos Antônio Teixeira. Segundo o delator, Marcos Antônio e Braz eram responsáveis por garantir o repasse dos valores.

O que diz Romário?

Veja a íntegra da nota enviada pela assessoria de imprensa do senador Romário ao UOL:

“A delação do Sr. Marcus Vinícius Azevedo da Silva é baseada em fatos que não condizem com a realidade, tanto é que o STJ anulou na semana passada o recebimento da denúncia fundada na versão dada pelo réu confesso que, para tentar barganhar qualquer benefício com a Justiça, tenta criar fatos que não ocorreram. Matéria pública.

A delação deve sempre ser lastreada em provas que se coadunem com a versão dada pelo colaborador, o que fica nítido não ser o caso específico, que possui narrativa vaga e imprecisa.

O senador Romário não responde pelas ações do secretário no exercício de suas funções. Ele reafirma sua confiança na Justiça e no inquestionável arquivamento da investigação.

Trata-se de um criminoso tentando se safar usando o nome do senador mais votado da história do seu estado”.

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