O Amazonas está enfrentando altas de três doenças ao mesmo tempo. São casos dengue, Covid-19 e febre Oropouche (entenda cada uma delas mais abaixo). Em relação à dengue, o site Vocativo publicou que os últimos dados da Secretaria estadual de Saúde do AM indicam que, no primeiro período de janeiro — entre 1º de janeiro e quinta-feira (25) —, foram notificados 3.934 casos da doença.
E pior: ainda há suspeita de subnotificação da doença.
“Uma parte é pela própria história natural da doença, pois boa parte dos casos de infecção permanecem assintomáticos ou resultam em sintomas leves/ moderados o suficiente, para induzir a população, cronicamente mal orientada, a não buscar atenção médica”, explicou ao Vocativo Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz da Amazônia.
O pesquisador também chama atenção para erros no rastreio ou diagnóstico de profissionais e dos serviços de saúde, que acabam rotulando os casos como “virose genérica”.
“Sempre que temos aumento expressivo de notificações de casos suspeitos ou confirmados da doença, como agora, podemos supor facilmente que milhares de outros casos já ocorreram e que outros milhares ainda ocorrerão, mas nunca serão computados nos registros oficiais”, complementou.
As autoridades de saúde do Amazonas não registraram mortes por dengue, e os três municípios com mais casos são: Lábrea (490,7), Guajará (418,8), Jutaí (416) e Tefé (339,2).
COVID E FEBRE OROPOUCHE TAMBÉM CRESCEM
Também há um aumento de casos de Covid e de Febre Oropouche. Segundo informações do Vocativo, o estado registrou mais da metade do número de casos de Oropouche na primeira quinzena de janeiro deste ano, em comparação com todo o ano passado.
Foram 223 casos da doença nas primeiras duas semanas de 2024, contra 424 registros totalizados de janeiro a dezembro de 2023. A explosão de casos fez a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do estado emitir um alerta epidemiológico.
E no caso da Covid-19, a situação epidemiológica referente ao período de 14 a 20 de janeiro de 2024, registrou o diagnóstico de 572 novos registros. Na primeira semana do ano foram diagnosticados 60 casos da doença. Significa que houve aumento de 853%.
Entretanto, não houve registro de morte pela doença nos últimos sete dias.
Segundo o pesquisador Orellana, somando o aumento de casos dengue com os da Febre Oropouche e da Covid-19, é possível dizer que o Amazonas enfrenta atualmente três surtos simultâneos.
“Não é por acaso que o Amazonas, está mergulhado em uma tripla epidemia (Covid-19, Dengue e Febre Oropouche), em contexto de acelerada degradação ambiental e de crise climática”.
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