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Em depoimento, Cid reforça participação de Braga Netto em trama golpista

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro depôs sobre plano 'Punhal Verde e Amarelo' pela primeira vez
05/12/2024 | 20h59

Mauro Cid, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), reforçou a participação do general Walter Braga Netto na trama golpista que pretendia impedir a posse do presidente Lula (PT).

Cid falou em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (5). Foi a primeira vez que o ex-ajudante de ordens foi questionado sobre o tema especificamente pelos policiais.

Segundo apuração da CNN, Cid também foi questionado sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo“, que, segundo a PF, consistia em um planejamento de execução de Lula, do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O militar assinou em setembro de 2023 um acordo de colaboração premiada e seus depoimentos têm embasado investigações que miram o governo Bolsonaro, como a tentativa de golpe de Estado, a fraude de cartões de vacina contra a covid-19 e a venda das joias sauditas recebidas pelo ex-presidente.

Cid

No mês passado, Cid e outras 36 pessoas, incluindo Bolsonaro, foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e Organização criminosa.

Cid é ouvido pela PF

O novo depoimento à PF ocorre duas semanas após o tenente-coronel ter sido ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e ter mantido os benefícios da colaboração premiada. A Moraes, o ex-ajudante de ordens afirmou que não sabia de um plano ara matar Lula, Alckmin e o próprio ministro do STF.

Cid conseguiu manter sua delação após dar detalhes ao ministro Alexandre de Moraes sobre a atuação do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

O relatório final da PF aponta que documento com o “planejamento operacional” para realizar o assassinato foi impresso pelo general da reserva Mario Fernandes, então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio do Planalto e levado ao Palácio da Alvorada.

A data da impressão do documento foi 9 de novembro de 2022, quando Bolsonaro ainda residia no local. Dias antes, o então presidente havia sido derrotado por Lula no segundo turno da eleição.

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