A deputada estadual do Rio de Janeiro, Índia Armelau (PL), está sob investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por suspeita de praticar o crime de “rachadinha” em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O crime de “rachadinha” acontece quando um servidor público se apropria de parte dos pagamentos mensais de seus subordinados. Segundo funcionários do gabinete de Índia Armelau, todos os assessores eram obrigados a entregar parte dos vencimentos, entre R$ 1.470 e R$ 2.940, todos os meses.
Segundo informações do site “G1”, o dinheiro era o auxílio alimentação pago para os funcionários da Alerj. A quantia era repassada em espécie para um assessor de confiança da deputada.
Denúncias
Leandro Araújo, ex-chefe de gabinete da deputada estadual, acusa a parlamentar de chefiar um esquema de desvio de dinheiro público, a rachadinha. A exoneração de Leandro foi publicada no Diário Oficial do Poder Legislativo em janeiro de 2025, um mês depois de denunciar o caso.
Um vídeo, de outro funcionário do gabinete da deputada, mostra o homem contando os R$ 1.470 da cota de alimentação do seu salário. Ele deixa o dinheiro em cima de uma bancada. O ex-funcionário afirma que a casa é de Índia Armelau.
Um dos funcionários que dizem participar do esquema de rachadinha no gabinete da parlamentar contou que foi contratado como assessor parlamentar, mas que inicialmente trabalhava como motoboy. Depois, ele passou a atuar como piscineiro da casa da deputada.
Deputada
A deputada Índia Armelau multiplicou o patrimônio declarado à Justiça Eleitoral em 20 vezes, em apenas dois anos. Em 2022, ela tinha declarado R$ 37,5 mil, o equivalente a metade das cotas da academia que possui no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. Na eleição seguinte, o total em bens saltou para mais de R$ 700 mil.
Nas eleições municipais do Rio de Janeiro em 2024, Índia foi candidata à vice-prefeita na chapa de Alexandre Ramagem (PL).
O que diz a defesa
Em nota, a deputada Índia Armelau negou as acusações.
“Nesses tempos em que são recorrentes os casos de manipulação de áudios e vídeos, até por inteligência artificial, assusta a que ponto chega a maldade humana. Eu vou tomar as medidas legais cabíveis sobre essas mentiras. O mandato é íntegro, não será manchado por pessoas e pseudo ex-funcionários vingativos, sem aptidão técnica, que mentem e difamam para tentar destruir a minha reputação e demais assessores do gabinete.
Tentaram me difamar na época da última campanha eleitoral e não conseguiram porque a Receita Federal possui todas as informações sobre o meu patrimônio, construído legalmente e, em sua maior parte, fruto de um endividamento para financiamento imobiliário.
Estou sofrendo ataques de pessoas que frequentavam a minha casa há mais de um ano, ocupavam cargos de confiança e não aceitaram as demissões por desempenho insuficiente e quebra de confiança, inclusive assédio contra membros da minha equipe.
As medidas legais cabíveis sobre essas mentiras serão tomadas. Tenho tranquilidade para dizer que o meu mandato é íntegro, e que eu não me submeto a mau-caratismo e chantagens. Todas as calúnias e difamação não vão prevalecer”.
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