Suspeita de ser o braço político de uma milícia, a deputada estadual do Rio de Janeiro Lúcia Helena de Amaral Pinto, a Lucinha (PSD), foi afastada do cargo por decisão da Justiça. Nesta segunda-feira (18), a parlamentar e veterana na Assembleia Legislativa do RJ também é alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público estadual (MPRJ).
As investigações apontam que a deputada seria o braço político do grupo miliciano comandado por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho. A atuação do grupo chefiado por Zino se concentra em bairros da Zona Oeste, como Campo Grande e Santa Cruz, reduto eleitoral da deputada. Segundo a força-tarefa, Lucinha é chamada de “madrinha” pela milícia.
Na manhã de hoje, cerca de 40 agentes e promotores cumprem oito mandados de busca e apreensão no gabinete da deputada na Alerj e em outros endereços ligados à parlamentar, na Zona Oeste da cidade. Batizada de Operação Batismo, a ação desta segunda é desdobramento da Operação Dinastia, da PF, para desarticular a atuação de grupos milicianos na Zona Oeste carioca.
Por determinação da Justiça, Lucinha está afastada das funções de deputada e também fica proibida de manter contatos com determinados agentes públicos e políticos. Ela também não poderá ir à Alerj.
O ICL Notícias tenta entrar em contato com a deputada e/ou assessores da parlamentar.
Participação de assessora
As investigações apontam a participação, além de Lucinha, também de uma assessora na organização criminosa. Diz o MPRJ que elas atuavam especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos, com o objetivo de atender os interesses do grupo miliciano.
A milícia chefiada por Zinho é investigada por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção.
O pedido de afastamento da deputada foi assinado pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos. O trabalho foi desenvolvido pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Procuradoria Geral de Justiça, em conjunto com o Grupo de Investigações Sensíveis da PF (GISE/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ).
O que diz a Alerj?
Em nota enviada ao site “G1” na manhã desta segunda-feira, a Alerj informou não ter recebido ainda o comunicado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro sobre a decisão de afastar a deputada Lucinha de suas funções no legislativo estadual. “Assim que for informada, oficialmente, a Casa tomará as providências cabíveis com base na decisão judicial.”
“Desejo que a deputada consiga esclarecer no seu juízo probatório a inocência dela. Eu acho que a ampla defesa, o contraditório, tem que prevalecer sempre”, disse o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL).
Relacionados
Vistoria no Cristo Redentor aponta risco de incêndio florestal por sistema de iluminação
Ofício do Iphan indica mau estado de conservação da fiação elétrica dos refletores da estátua
Homem invade ônibus, luta com motorista e assume direção no RJ
Caso aconteceu na Taquara, Zona Oeste, em coletivo que seguia para Nova Iguaçu, Baixada Fluminense
Casa de atendimento à mulher vítima de violência terá novas unidades no RJ
São Cristóvão, na capital, e Volta Redonda, no interior do estado, receberão os serviços