O programa Desenrola Brasil termina, nesta segunda-feira (20), tendo atingido a meta de renegociar R$ 50 bilhões em dívidas de pessoas físicas, o que significa que elas terão agora o nome limpo e, portanto, crédito na praça para voltar a fazer a roda da economia girar.
Até a última sexta-feira (17), foram renegociados R$ 52,93 bilhões em dívidas pelo programa, beneficiando cerca de 15 milhões de pessoas, que voltaram a ter acesso ao mercado de crédito.
A previsão do governo federal era de que o programa fosse encerrado em dezembro de 2023, mas, em março passado, a iniciativa foi prorrogada pela segunda vez até maio.
O aumento da procura após a unificação do Desenrola com os aplicativos de bancos, do Serasa Limpa Nome e o Caixa Tem justificou a prorrogação. Desde o início do mês, os débitos do Desenrola também podem ser renegociados nas agências dos Correios.
Devedores Pessoas Físicas com renda bruta mensal de até 2 (dois) salários mínimos ou que estejam inscritos no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal) poderão negociar suas dívidas com desconto.
Nessa etapa, podem ser renegociadas as dívidas que tenham sido negativadas de 2019 a 2022, e cujo valor atualizado seja de até R$ 20 mil. Entravam na renegociação dívidas bancárias e não bancárias (como, por exemplo, contas atrasadas de água e luz).
A Plataforma do Desenrola Brasil (gov.br) disponibiliza a lista de dívidas que poderão ser negociadas no programa, o desconto ofertado pelo credor e a respectiva situação de cada uma delas.
Resultado do Desenrola Brasil supera estimativas do próprio governo
Quando a iniciativa foi anunciada, em julho do ano passado, o governo federal tinha como público-alvo 70 milhões de brasileiros negativados e projetava poder ajudar até 30 milhões de pessoas.
Depois de ter conseguido boa adesão dos cidadãos com renda de até R$ 20 mil que renegociaram suas dívidas diretamente com instituições financeiras na fase inicial, o Desenrola desenvolveu a etapa seguinte, que termina hoje.
Para tentar estimular o engajamento, o governo autorizou que os brasileiros com nível de certificação bronze no portal gov.br pudessem refinanciar suas dívidas pelo site do Desenrola. Antes, clientes com esse perfil só podiam optar pelo pagamento à vista.
Além disso, na reta final do programa o governo ampliou parcerias com a extensão do acesso ao site por meio da Serasa e de aplicativos de bancos, como Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander.
No início de maio, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, disse que o governo Lula injetou menos de R$ 2 bilhões no programa. Mas esse montante pode crescer nos próximos meses em caso de inadimplência.
A partir do segundo semestre, os dados permitirão fazer um mapeamento da evolução do cenário.
A quantidade de dívidas renegociadas à vista colaborou para o baixo volume utilizado até agora. Se todas as negociações tivessem sido financiadas, o Desenrola teria ocupado o dobro de espaço no FGO (Fundo Garantidor de Operações).
O governo separou R$ 8 bilhões para servir de fiador das negociações.
Veja abaixo os números do programa
- Mais de 15 milhões de pessoas foram beneficiadas até a última sexta-feira (17/5)
- R$ 52,93 bilhões em dívidas renegociadas
Faixa 1
- 5,04 milhões de pessoas beneficiadas
- R$ 25,43 bilhões em dívidas renegociadas (plataforma e canais parceiros)
Faixa 2
- 3 milhões de pessoas beneficiadas
- R$ 26,5 bilhões em dívidas renegociadas (bancos)
“Nome limpo”
- 7 milhões de pessoas beneficiadas com a retirada automática do cadastro de inadimplentes por débitos de até R$ 100. As dívidas somavam cerca de R$ 1 bilhão.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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