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Dias dramáticos no Pantanal com novembro recorde de incêndios, indica Inpe

Nuvens de fumaça irrompem de áreas carbonizadas, cuja fauna, incluindo as onças-pintadas, estão em perigo.
15/11/2023 | 10h04

Por MetSul 

O Pantanal enfrenta o pior novembro de fogo da história, desde que começaram os registros pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no final da década de 1990. Com chuva escassa e uma brutal onda de calor, os incêndios crescem rapidamente e se espalham, atingindo animais e ameaçando propriedades.

Nuvens de fumaça irrompem de áreas carbonizadas, cuja fauna, incluindo as onças-pintadas, estão em perigo. Muitos incêndios estão “fora de controle” e causam estragos no Pantanal, a maior área úmida do mundo. É, também, o mais grave cenário que se observa na região desde a devastadora onda de incêndios em 2020.

A situação é atípica porque novembro não é época de fogo no Pantanal. Pelo contrário, é o período do ano que tem início o período mais chuvoso. Este ano, entretanto, tem chovido muito menos que o habitual e soma-se a isso uma onda de calor, em que a temperatura atinge valores de 40ºC a 43ºC na região.

Os dados do Inpe mostram que apenas entre os dias 1º e 14 de novembro, os satélites registraram 2.660 focos de calor. O número já supera o pior novembro de fogo, que era até então o do ano de 2002, com 2.328 focos no mês inteiro.

A média histórica 1998-2022 de focos de calor no Pantanal em novembro é de 442, baixa comparada à pior média histórica mensal que é a de setembro, com 2.163 focos.

Com os 2.660 focos anotados nas duas primeiras semana do mês, só a primeira metade de novembro em 2023 superou em seis vezes a média histórica mensal de focos e em 1200% a média quinzenal. A situação é tão grave que, apenas nos dias 13 e 14 de novembro, os satélites indicaram 404 focos de calor no Pantanal, ou seja, quase a média histórica do mês todo de fogo em tão-somente dois dias.

Esta onda de fogo em novembro no bioma ocorre na sequência de meses com número de queimadas muito abaixo dos padrões históricos. Os meses tradicionalmente de maior número de queimadas tiveram um reduzidíssimo número de focos de calor. Agosto tem média histórica de 1.533 focos de calor, mas neste ano foram observados apenas 110.

Em setembro, que tem a maior média mensal de queimadas com 2.163 focos, o número de focos neste ano foi de somente 373.

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