No julgamento dos assassinos da vereadora Marielle Franco, o advogado Saulo Carvalho, defensor de Ronnie Lessa, justificou, durante a sustentação oral, as pesquisas que o ex-sargento fez para planejar o crime, incluindo até buscas sobre o ex-deputado Marcelo Freixo, como algo que seria esperado “de uma pessoa de direita” e morador da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.
“Com relação às pesquisas que ele (Ronnie) fez em relação a Marcelo Freixo, Ronnie Lessa era morador da Barra da Tijuca, um lugar evidentemente, de sua maioria de direita, às vezes até de extrema direita. Alegar que Ronnie Lessa pesquisou Marcelo Freixo em situações, enforcamento, morte da Dilma, etc… isso aí para uma pessoa de direita, muitas das vezes é até o que se espera, infelizmente”, afirmou Carvalho.
Ao analisar os dados da nuvem, os investigadores descobriram que Lessa tinha feito pesquisas sobre os endereços de Freixo, de sua filha e também 28 buscas sobre o ex-deputado e utilizando termos como “morte+de+marcelo+freixo” e “marcelo freixo enforcado”.
Ao falar para o júri, o advogado pediu a condenação de Lessa. No entanto, pediu que seja feita uma “condenação justa”.
MP pedirá 84 anos de prisão para Lessa e Queiroz
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) vai requerer, ao Conselho de Sentença do IV Tribunal do Júri, a condenação máxima para Lessa e Queiroz. O crime ocorreu em março de 2018 e os réus estão em julgamento desde a quarta-feira (30).
Os dois foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o Caso Marielle Franco e Anderson Gomes (Gaeco/FTMA) do por duplo homicídio triplamente qualificados, um homicídio tentado, e pela receptação do Cobalt utilizado no dia do crime, ocorrido em 14 de março de 2018. Ronnie e Élcio foram presos em março de 2019.
O processo que levou à prisão de Lessa e Queiroz tem 13.680 folhas, 68 volumes e 58 anexos. Ambos fizeram delação premiada com a Polícia Federal desde o ano passado para identificar os mandantes do crime.
Deixe um comentário