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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

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Diretora de Inteligência do Ministério da Justiça agiu na eleição para favorecer Bolsonaro

Em mensagens, Marília Ferreira de Alencar mostrava seu engajamento em favor do ex-presidente
23/01/2025 | 07h48

A Polícia Federal concluiu em dezembro do ano passado o inquérito sobre o uso da PRF para tentar impedir que eleitores chegassem às zona eleitorais para a votação segundo turno da eleição de 2022. Neste, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e outros quatro delegados da própria PF, que estava cedidos ao Ministério da Justiça (MJ) durante o governo Bolsonaro, foram indiciados.

A PF descobriu nos celulares dos delegados da PF um grupo de mensagens nos quais eles, ao mesmo tempo em que faziam um planejamento operacional para a PF no dia da eleição, também falavam abertamente em tom de campanha a Bolsonaro. O objetivo, segundo os investigadores, era que a PF atuasse em parceria com a PRF para atrapalhar as zonas eleitorais onde se esperavam mais votos para a chapa petista.

A então diretora de inteligência, Marília Ferreira de Alencar chegou a escrever no grupo mensagens dizendo que “só desisto no dia 30/10, 22h”.

Em outra conversa por aplicativo, ela diz: “belford roxo o prefeito é vermelho precisa reforçar pf”. E em seguida: “menos 25.000 votos no 9” (seria uma referência a Lula, que era chamado no grupo por “Nine”, pelo fato de ter apenas nove dedos). Marília escreveu ainda as frases “agora vai ser por pouquíssimo pra qualquer lado” e “por isso tão importante prf ir pras ruas e pf tb”.

Apesar do inquérito ter sido concluído no último mês, o despacho com os indiciamentos dos policiais federais ocorreu em agosto do ano passado.

Além dos delegados da própria PF, a Polícia Federal indiciou em outro inquérito, concluído também no último mês, quatro ex-diretores e coordenadores da Polícia Rodoviária Federal por envolvimento em crimes relacionados às tentativas de impedir o trânsito de eleitores nas eleições de 2022, como informou o repórter Aguirre Talento no UOL. O relatório da PF identificou crimes cometidos por subordinados do ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, durante o planejamento e a execução dos trabalhos dos policiais rodoviários nesse período.

A investigação apontou que diretores e coordenadores de inteligência do órgão atuaram de forma ilegal, montando blitz e barreiras policiais em estradas no interior do Nordeste de forma a tentar impedir eleitores de votar no segundo turno das eleições em 30 de outubro de 2022. De acordo com a PF, o planejamento foi montado sem justificativa técnica apenas para tentar dificultar o voto no candidato do PT, Lula.

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