O documentário produzido pela CNN Brasil sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 criaram uma crise que levou à saída de dois nomes importantes da emissora. Renata Agostini e Thaís Arbex discordaram da forma como a peça foi editada e não gostaram do fato de a entrevista com o ex-presidente Jair Bolsonaro não ter sido feita por elas.
Thaís Arbex anunciou sua ida para a assessoria de comunicação do Ministério da Justiça, enquanto Agostini assinou seu distrato nesta sexta-feira (2).
A desavença começou em 2023, com divergências sobre a origem do projeto do documentário “Ataque aos Poderes: um Breaking News que abalou a política brasileira”. Depois do fim das gravações, as jornalistas ficaram inconformadas por não terem acesso à edição final do documentário, que foi exibido sem sua prévia aprovação.
Além disso, uma entrevista com o ex-presidente Jair Bolsonaro, conduzida por Leandro Magalhães e não pelas jornalistas responsáveis pelo projeto, gerou insatisfação adicional.
Em resposta, Agostini, Arbex e Jussara Soares solicitaram a remoção de seus créditos do documentário, o que foi atendido a partir do segundo episódio.
As jornalistas também criticaram a entrevista com Bolsonaro, alegando a falta de questionamentos sobre seu indiciamento em atos antidemocráticos.
A CNN Brasil, após semanas de silêncio sobre as saídas, confirmou o desligamento de Agostini em uma nota, agradecendo sua contribuição e desejando sucesso em futuros desafios.
Em suas redes sociais, Agostini agradeceu à CNN Brasil e mencionou sua decisão pessoal de deixar a emissora.
O episódio coloca em xeque a independência editorial da emissora, que já era bastante questionada.
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