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25 milhões de usuários passaram a usar ‘bets’ nos últimos 6 meses. Mulheres são maioria

O economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, tem alertado para o perigo das 'bets' no Brasil.
30/08/2024 | 20h19

As apostas esportivas on-line, as chamadas ‘bets’, ganharam 25 milhões de novos usuários nos últimos seis meses, e as mulheres são a maioria dos novos adeptos da jogatina. É o que mostra estudo do Instituto Locomotiva, divulgado na quarta (28).

O número de novos jogadores representa quase metade do total de 52 milhões de brasileiros que já fazem apostas esportivas. Dentre os novos apostadores, 62% são mulheres.

A pesquisa entrevistou 2.060 pessoas de forma remota em todo o país entre os dias 3 e 7 de agosto.

Há 1 ano, 78% dos apostadores eram do sexo masculino, interessados por futebol. No entanto, essa tendência está mudando rapidamente com o crescente interesse feminino pelo segmento.

A pesquisa também revelou que 84% dos novos apostadores pertencem às classes C, D e E. Isso sugere que as apostas esportivas têm atraído indivíduos de menor poder aquisitivo em busca de renda extra.

O estudo também mostrou que 37% dos usuários de aplicativos de apostas usaram recursos destinados a necessidades básicas em suas apostas, enquanto 45% relataram prejuízos financeiros (23 milhões de pessoas).

De acordo com o levantamento, 67% dos entrevistados (equivalente a 103 milhões de pessoas) conhecem alguém com vício em apostas esportivas. Além disso, 30% dos brasileiros que participam dessas apostas relatam já terem sofrido prejuízos nas relações pessoais por causa das bets. O estudo também indica que 42% dos apostadores on-line veem essas atividades como uma forma de fugir de problemas ou emoções negativas.

ICL tem feito vários alertas sobre o perigo envolvendo as bets

As apostas esportivas on-line são liberadas no Brasil desde 2018. No entanto, somente no fim do ano passado esse mercado foi regularizado. Em 30 de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, com vetos, a lei que regulamenta as bets.

“O maior problema que está crescendo no Brasil sem as pessoas se darem a devida importância, sem as pessoas terem noção do tamanho do problema”, disse o economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, em edição recente do ICL Notícias 1ª edição.

Os brasileiros gastaram cerca de US$ 11,1 bilhões (aproximadamente R$ 54 bilhões), entre janeiro e novembro do ano passado, com as apostas esportivas on-line, segundo dados do Banco Central divulgados na ocasião.

O valor aproximado corresponde a remessas feitas para empresas do setor que atuam no exterior. Além disso, o montante total de recursos no acumulado em 11 meses é maior, por exemplo, do que o movimentado pelas exportações brasileiras de carne bovina no ano passado (US$ 9,5 bilhões ou R$ 46,3 bilhões).

Cerca de US$ 8,9 bilhões (R$ 43,3 bilhões) gastos por brasileiros em sites de apostas no exterior referem-se a valores transferidos para formar o montante a ser rateado entre os vencedores – o valor apostado pelos jogadores. Outros US$ 2,2 bilhões (R$ 10,7 bilhões) se referem à taxa de serviço retida pelos sites que operam as apostas.

A partir da entrada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, o Brasil começa a entrar na lista dos 15 países com mais apostas on-line. Muito rapidamente, o Brasil chegou à primeira colocação.

Redação ICL Economia
Com informações do UOL

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